Como se não bastasse As pancadas da vida Não me pouparam Na hora da morte… Roubaram meus direitos Fizeram emenda na lei Sem velório E sem a festa que imaginei… Me conduziram solitário A cova Como um criminoso Que não merece perdão Jogaram na minha cara A terra do meu torrão. Manipularam resultados Pra me...
Categoria: Poemas e Crônicas
Poesia a forceps
Saí na madrugada, caminhando, correndo, intervalando, os primeiros movimentos de gente na rua eu pensei em poesia, puxar da visão do céu ainda trancado puxar da minha mente preguiçosa, palavras fortes, se não tiver palavras fortes palavras doces, cheirosas, matutinas Fiquei esperando entrar as metáforas, elas não vieram fiquei esperando os insights, eles não vieram...
A ressignificação do professor sob o olhar dos pais
Tempos difíceis, mas também oportuno para debruçarmos em novas aprendizagens. O cenário atual trouxe uma nova significância às famílias sobre o papel e a importância da educação. Os pais, salvo exceções, nunca reconheceram tanto o valor do papel do professor na mediação entre o que se ensina e o que se aprende. Nunca foi tão...
A vala comum
Ela me disse, nada contra a vala comum. Como nas guerras: as trincheiras, a câmara de gás, o paredão comunista, o fuzilamento de centenas nos estádios (em muitos países). O certo é que foge do convencional, do enterro assistido e chorado, agora, tudo está ficando diferente. Sem o velório parece que a morte não tem...
Mais um abril que se vai
Medir o tempo por dias, por meses, por horas, anos – uma criação de sabedoria. Porque o tempo não tem como ser medido, ele é extenso, muito extenso, como se diz, universal, utópico, global, vem a lua com suas fases, vem as estações com suas flores, vem o sol todos os dias, e no sertão,...
De sol a sol a solidão
De sol a sol a solidão E pão e água e álcool De sol a sol a reclusão Transpirar esse ar miúdo Amansar esses dias de pó Comer da cal de dentro De sol a sol soletrar quem nos falta Contar os que nos cercam Relembrar encontros Suspirar ausências De sol a sol a solidão...
Brasília
Da minha janela Decolo… Sobrevoo agora o Paranoá Cruzo os arcos da Ponte JK. Continuo meu voo Suave De braços abertos Como uma asa delta. Dou uma olhadinha para o céu Largo… Famoso… Azul… Agora estou plainando Sobre os palácios Do Planalto e Da Alvorada. Mais adiante as abóbadas Côncava e convexa dos poderes Que...
Se o Corona viesse há quarenta anos em Dianópolis
Se essa pandemia “nojenta” Que tá tirando a nossa paz Matando velho de medo E moça sem ver o rapaz Queria ver a realidade Se chegassem em minha cidade Há quarenta anos atrás. Lá no Banco da Tesoura Era aquele baixo-astral Sem seu Clides e Seu Dodô Seu Josino e Zé Vital Sinésio e tio...
O Vírus e o Verbo
2020 O ano da revelação Do escancaramento De uma bruxa malvada… Que na sua vingança Rasga a roupa do herói. Rasga o verbo… Desfia o rosário… Joga na sua cara Seus pecados capitais. Sua vaidade Sua avareza Sua corrupção… Puxa a toalha da mesa Joga as taças no chão. Abri a Caixa de Pandora Solta...
MANTRA
BRASÍLIA, 5 de abril de 2020 MANTRA é a palavra dos monges. Dos meditadores. Que se pode repetir para deixar o pensamento sumir, viajar, perambular, ir e voltar. Relaxar. Tirando de lado o isolamento pelo “corona”, uma prisão domiciliar, aproveita-se o momento para divagar por tempos, mundos vividos e não vividos. Porque tem sim, os...