Categoria: <span>Poemas e Crônicas</span>

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Ainda do mesmo jeito
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Ainda do mesmo jeito

O gin me trouxe enorme sensação. ele, água tônica, hortelã, limão. aos goles lentos, ouvindo jazz  escolhidos por Rui Castro. em devaneios me deixei levar. fiquei deitado, coberto, somente o pensamento deixei de fora, curtindo o de que mais necessitava – a leveza do ser ainda humano, num país, infelizmente, desajeitado. hordas humanas  abrigam beirais...

Teimosa paixão
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Teimosa paixão

Há tantas palavras em teus olhos que é anulado o silêncio insistente em tua boca. Que teimosa paixão adentra meu peito! Colecionadora de ilusões atrozes, dona de infundado sentimento ! Confesso aquilo que já não cabe no peito, agora transcendental e lúdico. Não me curte ilusões doces até que as possa incorporar. Estava flutuante até...

tudo ou nada
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tudo ou nada

há buracos negros no universo, funil de forças que transfixa o nada há buracos negros nas pessoas, plantas e animais que não conseguimos explicar pelas leis da física há puxões invisíveis entre os corpos, nos olhares, nos abraços mesmo com todas as divergências há aparente equilíbrio que não é a realidade porque não conseguimos entender...

a rua dura
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a rua dura

andei  hoje na rua na minha dura rua viva  e coletiva sentindo o seu cheiro abstrato fui subindo os contornos  que as esquinas mostram lá dentro de mim, não sei onde estava você sentada de soslaio me acompanhava serenamente como se tivesse, apenas, olhos acesos quando retornei o dia havia irrompido mesmo assim, você em...

Sombra viva
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Sombra viva

fulgurosa sombra viva, que no torpor nunca termina, sendo clara avança resplandecente, entre folhas, entre sóis, não encontro dentro de mim a sua cor misteriosa, diferente de todas até então conhecidas. salvo-me por milagre ao encontrar as espirais do seu corpo liso. ao toque sutil a minha viagem não termina, enquanto não navegue em mares...

Sublime
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Sublime

estas palavras  que não valiam nada, agora, valem ouro Tal qual Fernando Pessoa encarnado que sai do sepulcro do convento em Lisboa e sobe a rua boêmia e assenta onde menos se espera num banco da rua desce sobre você um rosário de inspiração as palavras tomam formas de flores, de beijos e desejos diz,...

Aparecida
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Aparecida

vejo você sem estar perto, mesmo assim a vejo solenemente sem binóculos, sem óculos ali do outro lado da rua onde mora a sua filha caçula O seu sorriso está aqui presente, na estante enquanto está tão distante, nem sei em que mundo está Seu olhar está aqui e não está, porque você não existe...

O barro e as mãos
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O barro e as mãos

Aquela mulher como escultura viva, a suavidade de mãos para lhe dar essência nas curvas. Olhares entronizam beleza fina. Sobem ondas que vão se desfazendo lentas. Ora abruptas que se espumam nas rochas. Cantos guturais se comprimem. Louvo a mensagem que sobre você cai. Adoça a minha boca. Atiça o meu cérebro, que fica quicando...

CID 10 F22.0
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CID 10 F22.0

Transtorno delirante persistente falsa crença mantida por convicção, no meu caso é diferente aconteceu, digo que não   Transtorno em forma de poesia? delírios …E verdades também, hoje lembrei de momentos que passei com um certo alguém   Será que passei? Será que sonhei? verdade ou pura mentira? tudo pode a pessoa numa mente que...

As lavadeiras
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As lavadeiras

para onde o meu pensamento irá me levar neste momento? estou entrando num beco e desço entre duas cercas de arame farpado até chegar ao riacho onde as lavadeiras se aglomeram. elas descem a ladeira com inacreditável equilíbrio. trouxas de roupas sujas na cabeça. fui descendo no tempo, sessenta anos atrás, um filme me trouxe...