Em discurso, Confúcio Moura alerta para a crise climática e  destaca a nossa fragilidade operacional para enfrentá-la

Em discurso, Confúcio Moura alerta para a crise climática e destaca a nossa fragilidade operacional para enfrentá-la

Para o senador, o calor dos últimos dias e os desastres naturais em todo o mundo são provas definitivas de que a crise do clima é real e letal

Ao ocupar a Tribuna do Senador Federal nessa quarta-feira, 27, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) chamou a atenção para a realidade da alteração da mudança climática. Segundo ele, o que era apenas uma retórica há pouco mais de 10 anos, estamos vivenciadas aqui e agora.

Não foi à toa que o presidente Lula escolheu o tema como eixo central do seu discurso na abertura da última Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. A escolha foi absolutamente acertada, isso porque há décadas pesquisas científicas vêm alertando para o perigo das nossas ações desordenadas. Vivemos um cenário de emergência climática. Vemos a cada dia os prognósticos mais pessimistas serem confirmados em desastres generalizados. Em 2023, essa tendência se confirma a ponto de o Secretário-Geral da ONU, Antônio Guterres, afirmar, na abertura da Cúpula de Ambição Climática, que as ‘ações humanas irresponsáveis abriram portas no inferno’, em suas próprias palavras”, relembrou o parlamentar.

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Segundo o senador, embora a catástrofe seja global, é certo que alguns países contribuíram mais que outros para que chegássemos onde chegamos. “No entanto, no momento desastroso em que nos encontramos, é também evidente que a sua reversão é responsabilidade de todos nós. Os estados nacionais são parte importante nessa equação, na medida em que regulamentam as ações públicas e privadas em seus territórios. Aqui no Brasil, boa parte desse papel é exercido pelas agências reguladoras, criadas para regulamentar, controlar e fiscalizar a execução de serviços públicos transferidos para o setor privado por intermédio de concessões” explicou Confúcio Moura.

No caso do clima, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA é a responsável por gerenciar as políticas que impactam, para o bem ou para mal, a qualidade do ambiente em vivem os brasileiros. No entanto, para o senador Confúcio Moura, embora sejamos um país continental, a Agencia possui estrutura de órgão estadual.  “É absolutamente necessário que a estrutura da autarquia e seu corpo de funcionários reflitam a importância da sua missão. Hoje, a agência conta com um total de 382 servidores, sendo que 20 deles estão prestes a se aposentar. Outros 47 foram cedidos a outros órgãos. Desde 2008 não há concurso público para a Agência Nacional de Águas! ”, alertou o parlamentar.

Na avaliação do senador, esta contradição não ajuda o país a ser protagonista global no debate sobre o tema, uma vez que a agenda de cumprimento dos deveres de casa é frágil. “Esta situação não é coerente com as atribuições da Agência. Vou citar algumas dessas atribuições previstas em lei. Cabe à Agência Nacional de Águas a emissão de outorgas de direitos de uso dos recursos hídricos em rios sob domínio da União; a regulação dos recursos hídricos em âmbito nacional. É a Agência Nacional de Águas, e Saneamento Básico que regula as condições de operação dos reservatórios públicos e privados, monitora o nível da água e avalia a viabilidade das obras hídricas. É a Agência de Águas que declara as situações de crise hídrica no país”, descreveu Confúcio Moura.

Diante da dimensão e importância das atribuições, para Confúcio Moura, não é razoável que a Agencia passe tantos anos sem repor ou renovar seus quadros funcionais. “Esses são alguns dos exemplos que demonstram o alto nível de responsabilidade exigido dos servidores da Agência. Por mais elevado que seja o padrão técnico do trabalho executado pelos pouco mais de 330 servidores atualmente lotados na autarquia, é inegável a necessidade de contratação de novos funcionários”, afirmou.

Para o parlamentar, a emergência climática deve ser prioridade zero dos governos, pois nenhuma nação está livre dos seus danos, que serão simultâneos a todas. “Como afirmou de forma veemente o Presidente da República no discurso da ONU, a emergência climática atinge todos, mas, principalmente, os mais pobres. O cenário atual tornou absolutamente urgente uma correção de rumos se desejarmos um amanhã para o nosso país. A valorização de servidores públicos técnicos e comprometidos com a nossa sustentabilidade é um passo importante nesse sentido”, concluiu Confúcio Moura.

 

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