Pronunciamento sobre vacinas  – quarta-feira,17 de maio.

Pronunciamento sobre vacinas – quarta-feira,17 de maio.

Secretaria Geral da Mesa
Secretaria de Registro e Redação Parlamentar

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO. Para discursar.) – Sr. Presidente, Senadores presentes, funcionários, telespectadores.

Sr. Presidente, eu sou médico de formação, e, quando eu comecei a trabalhar na profissão, no ano de

e, quando eu comecei a trabalhar na profissão, no ano de 1976, eu ainda peguei no consultório lá em Rondônia crianças com paralisia infantil. Esses jovens que estão hoje… Aliás, esses senhores que naquela época eram bebês, que hoje devem estar com 45 a 50 anos de idade, pegaram a poliomielite, tiveram paralisia infantil. Nós não tínhamos ainda a vacina, a gotinha salvadora. Depois que iniciaram no Brasil as campanhas de vacinação contra a paralisia infantil, eu fui observando que não apareciam mais meninos com paralisia infantil no meu consultório. No decorrer do tempo desapareceu a paralisia infantil graças à vacinação, muito bem controlada pelo Ministério da Saúde – é um programa fantástico o Programa Nacional de Imunização, o PNI.

Quando eu era menino, no lugar onde eu nasci não tinha vacina. Eu devo ter pegado todas as doenças, menos paralisia infantil, já que estou aqui andando bem com as duas pernas, mas o resto peguei tudo: sarampo, catapora etc. Isso tudo eu peguei porque não tinha vacina naquele momento ao alcance da gente no Sertão. Mas o tempo foi passando e houve uma adesão fantástica do Brasil às campanhas de vacinação, e essas doenças foram regredindo – agora, aqui e acolá, aparece um caso de sarampo, é preciso fechar o cerco para combater o sarampo. Tem muitas vacinas, até para os adultos: hoje a gente toma vacina contra pneumonia, a pneumocócica. Idosos tomam vacina contra herpes zóster: tem vacinas nas clínicas e no próprio serviço público. Tem a vacina contra HPV, para prevenir o câncer de colo de útero; essa vacina, cujo alvo são adolescentes, meninos e meninas, tem resultado cientificamente comprovado.

Então nós não podemos, de maneira nenhuma, desacreditar na pesquisa científica. Uma vacina, para ser realmente colocada à disposição da população, passa por criteriosos momentos na pesquisa científica. Ela é testada inicialmente num pequeno grupo fechado, com placebo de um lado e vacina do outro. Isso é comparado, veem-se os efeitos colaterais e vão avançando até que ela seja aprovada pelos órgãos reguladores. No Brasil é a Anvisa o órgão responsável por isso, órgão que é extremamente sério. Nós vimos na pandemia o trabalho fantástico da Anvisa na liberação, até emergencial, de algumas vacinas.

Aqui no Senado e na Câmara, na época, foi composta, no ano de 2020, uma Comissão Mista para acompanhar a pandemia da covid-19. Aqui Esperidião fazia parte, assim como outros amigos fizeram parte dessa Comissão Mista da Covid. Nós acompanhamos toda a evolução da doença no Brasil, desde a primeira dose de vacina, que foi do Butantan, no dia 20 de janeiro de 2021. Aí foram entrando as outras vacinas de forma escalonada, porque nós demoramos muito a comprar, a encomendar as vacinas na época certa. A Fiocruz fez uma parceria com a Inglaterra para trazer a vacina da Astrazeneca; o Butantan fez com a China para importar o insumo básico farmacêutico para fabricar

Nós assistimos a mortes sucessivas de colegas nossos aqui – José Maranhão morreu aqui, assim como o Major Olimpio, homem forte de quase dois metros de altura, e assim foram outros colegas nossos, falecidos no nosso meio. Nós vimos a morte deles. Nós vimos o sufoco de Manaus.

Os brasileiros não podem esquecer a pandemia. A pandemia foi uma lição para nós todos. À medida que a vacinação foi chegando, tantas doses por mês, mandava um pouquinho para cada município e foi assim, foi assim, aí nós conseguimos ir reduzindo. Ainda não acabou a covid, mas a vacina reduziu a mortalidade alta. Deve estar hoje em torno de 700 mil mortes. Nós não podemos esquecer que não tinha uma vaga de UTI no Brasil, mesmo paga, particular, você não achava uma vaga de UTI no Brasil!

E nós, então, eu como médico, já fora de consultório há muitos anos, eu acredito na vacina, eu acredito na pesquisa científica, eu acredito na Anvisa, eu acredito que realmente a parte preventiva da saúde é mais importante do que a curativa, é mais barata. Eu convoco o povo brasileiro, as mães, pais que estão me ouvindo a não atenderem a demandas ideológicas em cima da vacinação, crenças outras que não têm nenhuma fundamentação científica. Nada disso, minha gente! Você que ama seu filho, você que cuida do seu filho, esse cuidado deve ser continuado na assistência à saúde da sua família, através da vacinação, da imunização no tempo certo.

Então, não cabe aqui nós, de maneira alguma, ouvir ideologicamente que as vacinas fazem mal, que as vacinas causam problemas, que as vacinas causam isso, aquilo. Todo remédio, uma gota de dipirona: para um, alivia a dor; para outro, mata. Então, a questão é a dosagem, é a disponibilidade, é a sensibilidade de cada organismo. Todo remédio que você comprar numa farmácia tem uma bula que fala dos efeitos benéficos e dos efeitos adversos. Se você for ler bula grande de remédio, você não toma nenhum medicamento, porque a bula traz a verdade científica, traz os bons efeitos das doses certas e traz as complicações menores e alguns sintomas, que podem ser evitados.

As vacinas também, os índices de efeitos adversos das vacinas são mínimos. Da pandemia da covid-19, por exemplo, essas vacinas são muito seguras. Eu tomei todas as doses, todos os reforços, não senti coisíssima nenhuma. Eu fui nessa expedição agora para a China, repeti até a dose contra a paralisia infantil. Eu, com 75 anos, tomei dose contra a paralisia infantil para entrar lá, os cuidados que estão tendo, e não senti coisa nenhuma, estou aqui firme e forte.

Então, este discurso é para o povo brasileiro, este é um discurso salvador. É um discurso de orientação de um velho médico, de convivência na clínica em cidades de interior, cidades pequenas.

Eu recomendo a todos vocês que estão me ouvindo nesse discurso a não acreditarem em ponto de vista ideológico jogando remédio, vacina em cima de ideologia política! Não cabe, de maneira nenhuma, a gente misturar as coisas. Isso é coisa séria. A vida é coisa séria.

Quem não quiser vacinar que assuma a morte, a possibilidade de pegar covid ou de morrer!

(Soa a campainha.)

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO) – Então, fica assim. Esse é meu discurso veemente à população brasileira para que se mantenham fiéis ao planejamento, ao Plano Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.

Esse SUS é de uma grandeza extraordinária. Ah, se não tivéssemos o SUS no Brasil! O que seria do povo pobre brasileiro? Ruim ou bom, todos os tratamentos dispendiosos… Quem é que paga UTI neste Brasil? É o SUS. Quem é que faz as cirurgias cardíacas mais caras do Brasil? É o SUS. Quem trata o câncer no Brasil? É o SUS. Quem faz os transplantes no Brasil? É o SUS.

Ora bolas! Então, você verifica a grandeza de uma instituição tão grande como essa…

(Soa a campainha.)

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO) – … que colocou na Constituição saúde como direito de todos e dever do Estado.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Democracia/MDB – PB) – Senador Confúcio, eu inclusive pediria que V. Exa. assumisse em razão de estar como próximo inscrito. Em seguida, o Senador Esperidião Amin e o Senador Eduardo Girão.

Senador Confúcio.

(Pausa.)

(O Sr. Veneziano Vital do Rêgo. 1º Vice-Presidente, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Confúcio Moura.)

O SR. PRESIDENTE (Confúcio Moura. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO) – Com a palavra, o Senador Veneziano Vital do Rêgo.

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