Pronunciamento de Confúcio Moura 19 de março

Pronunciamento de Confúcio Moura 19 de março

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB – RO. Para discursar.) – Sr. Presidente, Senador Plínio Valério, Paulo Paim, demais Senadores que estão nos gabinetes.

 

Sr. Presidente, modéstia à parte, o tempo vivenciado na política, por vários mandatos, me ensinou que o bom senso e a prudência devem ser a arte mais conveniente. Indispensável que tanto na vida pública como nos negócios o importante é o que se chama de ganha-ganha. É assim que tenho me comportado no atual Governo do Presidente Lula.

Nenhum estado brasileiro pode prescindir de programas federais, de grande vulto, geradores de desenvolvimento e bem-estar ao povo.

Vivemos momentos de recursos escassos no Brasil e no mundo. Nada melhor do que a cooperação entre os entes federados. Além do mais, qualquer governo necessita de apoio no Congresso Nacional justamente para garantir o apoio necessário a reformas importantes e necessárias e a leis facilitadoras de empreendimentos privados, além de uma boa governabilidade, segurança que seus projetos sejam aprovados e desenvolvidos.

O Brasil é um conserto de estados federados e de municípios, que devem funcionar como vasos comunicantes.

Eu optei por não entrar em polarização política desenhada nas eleições passadas. Eu sou um Senador de centro, que apoia o Presidente para que seus planos sejam concretizados. Em segundo lugar, eu sou grato ao Presidente Lula por ter aberto o seu Governo para o meu partido, o MDB, e oferecido três importantes ministérios: Ministério das Cidades, Transportes e Planejamento. Então, nós estamos no Governo. Neles indicamos os nossos melhores quadros do nosso partido para contribuir com o nosso país neste novo momento, que julgo difícil para o Brasil e para o mundo.

Eu fico imaginando um estado, como o que eu represento aqui, o Estado de Rondônia, que geograficamente é importante, principalmente por ser da Amazônia, embora tenha uma população pequena, mas uma amostra viva do povo brasileiro. Ele foi colonizado por todos os estados brasileiros. Rondônia expressa o Brasil mestiço, o Brasil corajoso, e se define, basicamente, como o estado onde a reforma agrária deu certo.

Eu posso dizer, sem medo: Rondônia é o estado da reforma agrária. Eu acredito que temos mais de 120 mil pequenas propriedades familiares, e isto é extremamente importante – talvez só seja equivalente ou tenha um pouco mais do que o Estado de Santa Catarina.

Vamos partir do princípio de que todos os Parlamentares rondonienses deveriam fazer oposição ao Presidente Lula. Muito bem, o que é que o estado ganharia em ficar de fora de todos os programas federais de investimento? Claro que nada. Se fosse para jogar para a plateia, para mim seria mais cômodo ser um Senador de oposição, já que a Oposição, nessa eleição passada, teve 70% dos votos no meu estado. No entanto, o juízo e o tempo me disseram para não seguir este caminho. O Estado de Rondônia é precioso. Basta olhar o mapa da América Latina para ver: a cidade de Porto Velho está no coração. As distâncias entre os oceanos marcam posição justamente em nosso estado.

Muito bem. Sabendo disso e vendo que nosso estado tem preciosidades geopolíticas, que precisamos muito de infraestrutura de transportes, que precisamos muito não apenas da melhoria da única rodovia que traceja o estado de norte a sul, a BR-364, mas temos outras potencialidades logísticas, como a Hidrovia do Rio Madeira e, para o futuro, uma ferrovia que possa incrementar ainda mais o comércio latino-americano e saídas para o Oceano Pacífico…

O Estado de Rondônia não ganha nada em ser raivosamente oposição. Por mais ideológicas que tenham sido as últimas eleições presidenciais, isso não nos dá o direito de virar as costas para um Presidente legitimamente eleito. Caso a minha posição, Sr. Presidente, possa me causar sérios e irreparáveis prejuízos políticos, eu prefiro correr o risco Caso a minha posição, Sr. Presidente, possa me causar sérios e irreparáveis prejuízos políticos, eu prefiro correr o risco a ter que renunciar aos investimentos, à inclusão dos programas do atual Governo em nosso estado.

A Rodovia 364, a única que temos, federal, é de todos, ela não tem ideologia. Por ela trafegam carros de todos os partidos políticos. Os créditos para os agricultores familiares e para o agronegócio exportador também não têm ideologia. Temos que entender que o eleitorado rondoniense não altera a balança de uma eleição presidencial. Diante disso, eu busco ser um agente político que aproxime o estado do Governo Federal e que lute para que o estado não fique de lado, fora das suas políticas.

Nas minhas visitas ao estado, em nenhum momento, eu fugi da minha posição. Até falei, nos meus pronunciamentos: “Me aceitem como eu sou, porque vocês precisarão de mim”. As minhas posições são históricas, e a ninguém cabe dizer que mudei de posição agora. Meu partido é o MDB, que é sempre, o único, e o que eu sempre tive, a que respeito e me sinto orgulhoso de pertencer e pelo qual estarei aqui no Senado visando ao desenvolvimento do nosso estado e do país, contribuindo com os municípios. A minha meta principal é lutar pela melhoria da educação de qualidade para todos. E Rondônia, devido à sua pequena população, pode ser uma amostra muito positiva e bem-sucedida de alfabetização no tempo certo e na idade certa, e zelar cuidadosamente dos jovens de 13 a 17 anos do ensino médio.

Era só isso, Sr. Presidente. Obrigado.

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