O senador Confúcio Moura (MDB-RO) criticou, em pronunciamento no Plenário nesta quinta-feira (31), a falta de investimentos nas universidades do Norte. Ele ressaltou que as instituições de Rondônia, Acre, Amapá e Roraima são as menores do país e sofrem com a falta de recursos para a organização de suas estruturas. Confúcio pediu ao ministro da Educação, Camilo Santana, a construção de um hospital universitário e o aumento de vagas para o curso de medicina na Universidade Federal de Rondônia (Unir), que conta com apenas 50 vagas desde a sua criação, há 20 anos.
O senador ressaltou que Rondônia é único estado que não tem um hospital universitário, não tendo portanto estrutura para treinamento dos alunos da área da saúde. Confúcio destacou a falta de vagas para o curso de medicina em Rondônia compromete o cumprimento da Lei de Cotas, prejudicando as minorias étnicas que teriam acesso ao ensino superior.
— E cadê a Lei de Cotas para índios, quilombolas, os negros, os pobres, os alunos das escolas públicas? Eles não têm condições! São apenas 25 — 25! — vagas para as cotas — disse o senador, lembrando que, enquanto a Universidade Federal de Rondônia segue com o mesmo número de vagas há 20 anos, proliferam as faculdades particulares de medicina, inacessíveis para os mais pobres, pois somente uma minoria pais de alunos conseguem pagar de R$9 mil a R$12 mil de mensalidade.
Para Confúcio, seria possível aumentar as vagas de medicina para 150, sendo 100 vagas o curso em Porto Velho e 50 vagas novas no campus de Ariquemes (RO).
— Quero que o meu discurso seja anotado lá pelos assessores do ministro Camilo Santana […]. Anote o que estou falando aqui. Isso aqui não é um trabalho banal, não é um pedido insignificante, ele representa muito para o nosso estado, que tem pouco. […] O hospital universitário e mais vagas para o curso de Medicina, que possa abrigar pelo menos 75 meninos pela Lei de Cotas — afirmou o senador.
Confúcio ainda ressaltou a falta de refeitórios e alimentação para os estudantes nas universidades federais da Região Norte. Ele ressaltou que todas as universidades federais da Região Norte padecem com falta de verbas.
— Chega de omissão! É histórico o menosprezo do Ministério da Educação com as pequenas universidades do Norte do Brasil. É lá que se concentra a desigualdade abissal em relação ao restante do país. Os indicadores da Amazônia são os piores do Brasil. Então, para fazer justiça equitativa, precisamos dar mais a quem tem menos. E isso é justiça!
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