Claro que não posso falar tudo que penso. Mas, sem falar transpareço. Sem alongamentos dialéticos. E nem filosofias que esticam que nem borracha. E a verdade óbvia dos meus olhos. Meus olhos me mostram obviedades. A coisa real do dia a dia. O que é feio é feio. O que é bonito meus olhos copiam.
Neste cordão de vida, comprida, estou sentindo, pressentindo que o SUS como está, chegou ao seu limite. O Estado não tem dinheiro para um SUS perfeito. Na teoria e na lei nada é mais perfeito do que o SUS. Tive honra e glória de implantar o SUS em Rondônia. Eu tinha naquele tempo, anos 80 o fanatismo dos xiitas islâmicos. Era SUS ou o caos. O SUS seria a cumeeira da atenção social. Muito bem escrito. Bem formatado.
Mas, a desgraceira chegou. Olhe hoje mesmo os telejornais da tarde para se ver a situação dos hospitais públicos. Especialmente as urgencias e emergencias. E todas os tipos de faltas e carências. E tem os descasos. Dá por si motivo para a maior manifestação de rua do mundo. Porque dói no corpo e na alma apenas ver. Será que o SUS faliu? Ou foi além do alcance de suas mãos? Lendo-o, não acredito pela perfeição dos seus textos sábios. Mas, o bendito dinheiro da mantença chegou ao fim.
Saúde como direito de todos é o maior atrevimento constitucional que se pode elevar. Vamos ter coragem para mexer nele. Mexer no gigante. Porque tudo com o tempo tem que se ajustar. Só tem que o SUS é um gigante. Ele não sente ferruada, não. O SUS foi virando um jogo de empurra. O SUS termina sendo o grande pai de todos. Dos planos de saúde, das filantrópicas, fundações, hospitais de elite (ditos sem fins lucrativos), mas, ricos. Enquanto o dinheiro segue em cano grosso para um lado, para o outro lado vem em tripinhas gotejantes.
Os Estados estão fazendo milagres para segurar nas barbas do SUS. Ou nos chifres do SUS. O meu conselho: vamos fazer o básico e o barato. O arroz com feijão. Em Rondônia, nada mais de construções mirabolantes: é terminar o que se começou e fazer funcionar. E rezar uma ladaínha todo dia para todos os santos abencoarem. Cabendo ao Estado um supercontrole rigoroso em tudo. E muito cuidado com os remédios de alto custo, as cirurgias especializadas, as próteses. Não vamos mais inventar e nem querer fazer aqui a medicina de ponta. É o basicão mesmo.
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