Rondônia Rural Show

Rondônia Rural Show

SENADOR CONFÚCIO MOURA (MDB/RO)
78ª Sessão Deliberativa Ordinária da 1ª Sessão Legislativa Ordinária da 56ª Legislatura
Plenário do Senado Federal
22/05/2019

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO. Para discursar.) – Srs. Senadores, telespectadores, visitantes, cada um de nós aqui, ainda mais aqueles que já passaram por cargos executivos, como o Prefeito Veneziano e outros tantos, tem muito apego às coisas que fazemos quando dão certo. Ficamos com aquela lembrança, com aquela saudade e com orgulho.

Eu vi o Nelsinho Trad na Comissão esses dias, na Comissão de Educação. O Nelsinho Trad estava contando a história de uma escola especial que ele criou lá na cidade de Campo Grande. E eu estava observando que as lágrimas estavam saindo dos olhos dele, não é? Tal é o apego que ele teve como Prefeito, de deixar uma obra memorável. E assim tantos outros Prefeitos e Governadores. O Cid Gomes tem um imenso orgulho de ter sido Prefeito de Sobral, depois Governador do Estado, de ter feito coisas bonitas, maravilhosas. E assim vai, não é?

E hoje é meu dia, viu, Veneziano? Você tem suas coisas aí, e eu tenho as minhas aqui também. Interessante, hoje é meu dia de também exaltar um feito nosso, de 2011, lá em Rondônia, que é uma feira que não foi de minha iniciativa.

Naquela época – eu não sei se era Governo Dilma ou Governo Lula –, o Ministro do Desenvolvimento Agrário era Afonso Florence, Deputado Federal atual do Partido dos Trabalhadores, muito combativo. Ele estudou os Estados brasileiros e achou Rondônia extraordinário, porque é o Estado da reforma agrária, é o Estado da agricultura familiar, muita pequena propriedade. E ele falou: “Rapaz, vocês podem estourar de crescimento com tanta pequena propriedade.” Nós somos assim um estilo Santa Catarina, sempre pequenas propriedades ali, e aquilo é muita gente.

Ele falou: “Está faltando – ele tinha estudado, ele é muito estudioso – tecnologia para esse povo, para esse pequeno agricultor. Você topa criar uma feira de tecnologia, ciência e inovação?” Falou umas palavras bonitas, não é? Eu falei: Poxa! Aceito, aceito, Ministro. Aceitei a proposta dele e nós começamos com uma feira. Na época, o ex-Deputado Anselmo de Jesus, do Partido dos Trabalhadores, era meu Secretário de Agricultura. Nós começamos na cidade de Ji-Paraná e estamos completando hoje oito anos. Hoje é a abertura da 8ª feira.

Essa feira, o objetivo dela é levar – inicialmente era para a agricultura familiar – máquinas, sementes, insumos, capacitação para os agricultores familiares. E barato, financiado, juro baixo. O Governo do Estado dava juro zero. Nós conseguimos oferecer juro zero dos bancos, todos os bancos. A gente queria que eles financiassem, e quem pagava o juro era o Governo do Estado. Zero! Para que o agricultor familiar pudesse levar uma máquina, levar um pequeno trator, levar uma máquina de esparramar calcário, entender de insumos, comprar matrizes, comprar gado leiteiro com uma boa genética.

Então, nós começamos nossa Rondônia Rural Show. E eu já vinha andando e já conhecia a Agrishow, de São Paulo, não é? Então, eu falei, vou botar “show” também aqui, porque lá era Agrishow, vou botar Rondônia Rural Show. Então, nós colocamos para dar uma palavra, uma expressão bonita, de show, na agricultura, inovação. Nós começamos, e eu quero aqui hoje agradecer ao Afonso Florence. Ele nem sabe que eu estou falando dele aqui agora, mas foi ele o autor de tudo isso.

E certo é que este ano a feira é grande. Ela, de agricultor familiar, passou à média e à grande agricultura, ao agronegócio. Entupiu de tudo. Este ano são 520 estandes. A estimativa pode variar de R$750 milhões a R$1 bilhão de financiamentos.

A feira será no Parque Tecnológico Vandeci Rack, na cidade de Ji-Paraná. O prefeito de Ji-Paraná, à época, Jesualdo Pires, com autorização da Câmara de Vereadores, comprou uma fazenda próxima à cidade, uma fazenda cara, e ofereceu para sediar esse evento.

Hoje, se você vai lá, você não acha uma vaga em hotel. Os hotéis, hoje, quando você acha uma vaga, estão a 60km, 80km distantes da cidade, nas cidades vizinhas, porque lá não se acha uma vaga para hospedagem.

E a feira, que era para ser só nossa, hoje é internacional. Neste ano, são 10 países participantes, inclusive a China está lá. Há vários países: os Estados Unidos, a Itália, países africanos, através da AfroChamber, Israel, Namíbia, Bolívia, Chile e Peru, todos fazendo negócios com a gente lá no Estado de Rondônia.

Movimenta-se de tudo, da tecnologia do café à tecnologia da produção do leite. Nós somos, hoje, os maiores produtores de peixes em cativeiro do Brasil. Rondônia é o maior produtor de peixes em cativeiro do Brasil. É o tambaqui, é o pirarucu, é o pintado, são peixes da Amazônia criados em cativeiro com ótima tecnologia que nós já dominamos bem. Vendemos para o mercado interno e já há alguns produtores que vendem para o mercado externo. Então, lá se vende de tudo: equipamentos, máquinas…

Há ainda um outro componente, que me dá muita satisfação, Senador Veneziano, que são as agroindústrias.

Quando eu era Deputado, o Cristovam Buarque era Governador de Brasília. E havia um agrônomo, um professor doutor da Universidade de Brasília, chamado João Luiz Homem de Carvalho, que pôs na cabeça do Cristovam: “Cristovam, vamos criar agroindústrias aqui no Entorno de Brasília, para dar movimento, para ajudar o pequeno. Seriam agroindústrias familiares. Comida boa, de qualidade, higiênica, fiscalizada, para ser vendida nos supermercados.” E o Cristovam criou aqui o quiosque do produtor nos shoppings, no aeroporto e na rodoviária.

Como eu era Deputado aqui, eu copiei aquele modelo, levei para Rondônia, e nós começamos lá a engatinhar. Levei o Luiz Homem de Carvalho para criar a primeira agroindústria organizada. Deixamos o governo e, hoje, nós devemos ter, aproximadamente, 750 agroindústrias no Estado. E elas estão lá na feira, as agroindústrias que produzem queijo, doce, rapadura, cachaça, vinho, linguiças, defumados, tudo que vocês pensarem e tudo de ótima qualidade. O Sebrae faz o selo. Então, a coisa cresceu bastante, ficou bonita. Temos muito orgulho disso. Ainda na área de alimentos processados. Esparramamos essa ideia.

E também criei, concomitantemente, um banco – isso copiado do estrangeiro… Já me lembro do nome do autor, criador do Banco do Povo, na Ásia. E nós trouxemos a ideia e criamos o Banco do Povo com dinheiro do Governo do Estado. O Estado tem 52 Municípios e nós temos 37 agências. Essas 37 agências do Banco do Povo… Nós começamos com uma só, quando eu era prefeito, com R$300 mil – só R$300 mil! A prefeitura começou assim.

Hoje, nós temos 37 agências. Estão lá na feira financiando; financiando pequenos negócios a juro zero, juro zero. A Assembleia Legislativa aprovou. A gente financia os pequenos agricultores a juro zero, com prazos para eles pagarem, e nós financiamos pequenas ações, como, por exemplo, uma manicure que precise de uma coleção de esmalte bacana…

(Soa a campainha.)

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO) – …com variedade, a gente vai lá e financia. A gente financia pequenas ações para que as pessoas que estão desempregadas comecem a trabalhar. E isso deu certo. Uma feira está lá acontecendo com esse financiamento.

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