O planejamento e a gravidade

Home / Conversa Aberta / O planejamento e a gravidade
O planejamento e a gravidade

Por dois dias, conversei bastante com o Governador Amazonino Mendes, Estado do Amazonas, do alto da sua experiência e sabedoria. Ele foi soltando cuidadosas opiniões, sobre a vida pública, seus vários mandatos, três como prefeito de Manaus e agora, no quarto mandato como governador. Não dá para discutir com  Amazonino. Só ouvir, a gente já aprende muito.

E ele foi discorrendo sobre o federalismo brasileiro, sobre os projetos lançados sem nenhum planejamento, vai-se jogando coisas sérias ao vento, e depois de algum tempo, quando se olha pra trás e pra frente, nada deu certo. Ele fecha o discurso – num país em que não há planejamento, o que se pode esperar é que todas as ações fiquem no universo girando sem a gravidade. Falta de planejamento significa falta de respeito. Falta de compromisso e com isto, o gasto existe e o ato não se transforma.

Eu pude ver no Amazonino foi a sua ética. Ele não falou mal de nenhum dos seus adversários, dizia das  qualidades de todos eles, fazia raras citações de alguma coisa de que não concordava, mas, ao final, dizia – é um homem bom, generoso, comprometido com o Amazonas.

E nós estamos juntos, para criação e a implantação do Consórcio de Governadores da Amazônia, para nos despir de nós mesmos, das nossas individualidades, para tratarmos juntos dos interesses coletivos da Amazônia. Mostrar força. Tanto junto ao Governo Federal, principalmente, em todos os programas que hoje estão muito ameaçados, como a SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus), o próprio Banco da Amazônia, que pouco a pouco vem absorvendo, goela abaixo, até o financiamento do FIES que sempre teve outra fonte pagadora, que era o BNDES, tirou de lá e mandou uma parte, para seccionar a coluna vertebral do Banco.

O FDA (Fundo de Desenvolvimento da Amazônia) que é um recurso que vem do Orçamento Geral da União, para investimentos em empresas e negócios em nossos Estados, que mais parece uma miragem no deserto. Você olha o deserto e o sol escaldante na areia, e vem um efeito de óptica, que o beduíno pensa que ali tem um lago cheio de água limpa. Quando chega lá, não tem nada.

O FDA está muito parecido com o espelhismo no deserto. A gente olha o dinheiro, pensa que tem o recurso, quando chega lá perto, não tem nada. O Governo não coloca o recurso no FDA e isto é muita desmoralização. Este recurso ativaria a economia do Norte, investiria parte deste dinheiro em pesquisa científica, abriria a carteira de projetos para todos os Estados. Olha gente! A nossa esperança será um trabalho unido, todos os governadores e parlamentares, para dar uma tapa na mesa. Ou vai ou racha.

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não pode ser publicado.