INGRID BETANCOURT (Poesia)

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INGRID BETANCOURT (Poesia)

(A Ingrid Betancourt)

Ariquemes, 2 de dezembro de 2007

Ingrid Betancourt, senadora colombiana,  foi sequestrada em 2002 pelas FARCs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), há dois dias que a sua fotografia apareceu nos jornais (2007).  Foi considerada morta. Está em péssimo estado, num estado aparente de depressão profunda, subnutrição e apatia. Acorrentada. A todo este sofrimento medieval eu dedico este poema

A imagem triste de Ingrid Betancourt fala por si
A imagem fala o que a palavra não pode dizer
No quarto, barraca ou a própria floresta
Apenas a luz do flash desenha a desolação
A intima humilhação

O corpo frágil, a face apagada e sem olhar
Os longos cabelos lisos, longos
Únicos a lhe terem ternura
Abraçam-lhe ombros, peito e ventre

Está presa ao infinito de si mesma
Onde a desesperança habita a sua vida-morte
O tosco, o rude, o escuro são os seus testemunhos
A dizer-lhe que ainda existe

E este julgamento sumário?
E a masmorra em que é confinada?
Quando será julgada pelo crime que não fez?

Acorrentada, se noite escura ou dia, ausente como se não vivesse

Pensar!
Desdizer-se e não ser
Apenas a mente, o silêncio, o escuro claustro

(Confúcio Moura)

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