EU MEREÇO UM PRÊMIO

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Basta de semear idéias. E dizer coisas que precisam ser feitas. Chegou a hora de fazer o que foi dito. Parece que palavras, apenas, não gritam. Parece que palavras escritas não falam. Será que as palavras precisariam ferir? Deixar vergões, lesões no corpo? Infelizmente, as palavras não cortam, nem quebram ossos. Não entram dentro da razão, daquilo que se tem de fazer de fato. Já mandei quilos de emails para secretários. Isoladamente e em blocos. Talvez se juntarmos todos teremos uma “bíblia” de recados e parábolas. Eu poderia, de agora em diante, ficar mais calado. Escrever menos recados para o mundo. E ficar esperando a Lei de Newton me mandar a resposta. O que está faltando é a reação. Eu mereço um prêmio, que venha de cada lado, como numa olímpiada, o atleta só quer receber a medalha. Pode ser de prata, de ouro ou de bronze. O atleta que treinou tanto, vida inteira, só quer a medalha. A medalha satisfaz o ego por todo o esforço, pela glória singela da ganhar um prêmio e colocá-lo dentro de casa, na prataleira. E ficar ali. Para que ele sozinho a veja até o fim da vida. Eu mereço um prêmio pelas madrugadas trabalhadas, pelo sono que se foi na noite, sempre pensando no que dizer e no que fazer para que tudo funcione melhor. Eu quero que você, que trabalha comigo, que depois de ler este texto, meio enigmático, cifrado, possa continuar lendo a série, como A Grande Família, ou sagas escritas nos livros, porque vou pedindo a cada um, na forma de uma crônica, que “eu mereço um prêmio”.

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