Em Discurso firme, Confúcio Moura diz que é hora de assumir que as mudanças climáticas são uma realidade – e produz tragédias

Em Discurso firme, Confúcio Moura diz que é hora de assumir que as mudanças climáticas são uma realidade – e produz tragédias

Ao afirmar que a ideologia contamina o debate – e turva a realidade – o senador defende que há espaço para o aumento da produção nas éreas já utilizadas – e que a expansão delas não gera riquezas adicionais

Ao usar a Tribuna do Senado nesta segunda-feira, 10, o senador Confúcio Moura (MDB-RO), em alusão ao dia do meio ambiente, comemorado no dia 5 de junho, fez um apelo para que os debates em torno das mudanças climáticas evitassem a contaminação ideológica que não contribui para as soluções mais acertadas. Na sua avaliação, a ideologização do debate sobre o meio ambiente é um dos fatores da polarização extrema e se sustenta na falsa tese de que é necessário desmatar para produzir.

Há um choque constante entre os grupos opostos sobre o tema. Os desenvolvimentistas acham que, se aumentar o rigor das leis ambientais, prejudicam-se os negócios da produção agropecuária. Os ambientalistas acham que não é necessário derrubar mais uma árvore para se produzir o que se produz. E, assim, com esse puxa para cá, puxa para lá, se dificulta o entendimento sobre possíveis soluções e, o que é pior, fragilizando as leis ambientais”, alertou o parlamentar.

Em 5 de junho foi comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente e, embora tivesse se inscrito para discursar no dia, o senador teve que participar do evento realizado no Palácio do Planalto, a convite do presidente Lula e da ministra Marina Silva. “Quando se cria um dia para nós comemorarmos o Dia Mundial do Meio Ambiente é porque esse dia é importante. No evento, a ministra Marina apresentou uma série de alterações, de investimentos nos órgãos ambientais, em todos eles, para contratação de pessoal, abertura de novos concursos, e, além disso, também foram criados uma série de decretos, leis importantes para o meio ambiente. Por fim, foram criadas algumas unidades de conservação no Brasil, dentre elas uma em São Desidério, na Bahia”, avisou Confúcio Moura.

Para Confúcio Moura, a tragédia do Rio Grande do Sul não é fato isolado e ignorar isso é colocar em risco a vida de milhares de pessoas no Brasil. “Agora, nós estamos vivendo, aqui no Brasil, a dramática situação do Rio Grande do Sul. Anteriormente, um ano, dois anos atrás, vivemos a seca no Estado do Amazonas. Os Rios Amazonas, Solimões, Negro e tantos outros ficaram quase que intrafegáveis. E, para este ano, está anunciada uma seca, também muito forte, no Rio Madeira. Então, a política ambiental é uma política que está na ordem do dia, à vista de todo mundo”, ponderou Confúcio Moura.

Na avaliação do parlamentar, a contaminação ideológica impede que se priorize o aumento da produção nas áreas já exploradas, com o incremento da tecnologia e a verticalização da produção. “Então, é fundamental que a gente coloque na cabeça, de uma vez por todas, que, ao preservar o meio ambiente, preservar as nascentes, preservar as florestas, preservar os aquíferos, nós estamos contribuindo com o desenvolvimento em todos os setores! Não dá para entender por que nós ficamos brigando com a realidade. Por um lado, quem quer preservar; do outro lado, quem quer produzir. Parece que nós, brasileiros, estamos lutando contra o óbvio ululante!”, disse.

Continuando o discurso, Confúcio Moura chamou atenção para a importância dos ganhos de produtividade que, na lógica que prevalece no país, são negativos para todos. “Já somos grande produtor de comida para o mundo, e isso não vai diminuir. Nós podemos aumentar sem precisar impactar ainda mais o meio ambiente, sem produzir a poluição, o aquecimento global, e mais tragédias. Então eu quero, neste meu discurso óbvio, fazer uma saudação e uma homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente, para que todos nós possamos praticar a preservação do planeta a partir das nossas próprias casas”, finalizou.

Fotos: Jefferson Rudy/Agência Senado

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