DOMINGUEIRAS 1º (março de 2015)

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  1. Este é o blog do Confúcio. Não é exclusivo do Governador, para mandar indiretas e fazer cobranças. É mais ou menos como um mural da recados que se tinha nas escolas. Ou nas igrejas. Hoje, sairei do lugar comum, para falar de generalidades e de besteiras. Não tarda vir alguém dizer que governador não pode falar besteira. Nada, por si, é bobagem, sempre fica alguma coisa séria.
  2. A carta e o telegrama são comunicações extintas. Vou dizer pra vocês, nem sabem como era bom escrever e ler uma carta. Tinha carta com perfume. Grudada de corações.cartas Cartas com saudades, com notícias boas ou ruins.  Demorava, mas, chegava. Tive uma namorada aos 17 anos, apaixonei, nome não digo, já passou, no final da carta chamei-a de “angélica” e de meu “querubim”.
  3. Quando cheguei a Rondônia, Ariquemes, telefone só tinha um. Da Teleron. Era fila enorme. Segredo, beijo, emoções eram evitadas, lá fora todo mundo ouvia. Quando saia era gozação certa. Tinha em casa um pacotão de cartas minhas e da esposa Alice. Guardamos todas. Certo dia, em casa, a caixa d’água encheu, sem a bóia, inundou o guarda-roupa, ensopou a caixa de cartas. Perdemos todas. Ela chorou muito. Até hoje reclama e culpa a Caerd. Pobre Caerd, até nisto paga o pato. Sem culpa nenhuma. 
  4. Ainda não acabei de ler o livro “Por amor a Índia”. Passei a parte do assassinato de Mahatma Gandhi.gandhi O detalhe da cerimônia de cremação do seu corpo. Uma fogueira alta de achas de lenha.cremaçao O fogo sobe. E tudo se acaba em 4 horas. O preço é alto para quem prega a paz e a liberdade. Até mesmo para quem deseja ser sério e ético. 
  5. Vivi vários mundos e momentos. Sou do tempo que não havia gás de cozinha no sertão. Era lenha. Fogão à lenha. Pegava machado, jumento arreado com cangalha ou carro-de-boi. Sumia no mato. Fui acostumado a fazer academia deste cedo. Experimente, meu caro leitor, fazer exercício ao ar livre. Machado no toco, no tronco, cunhas de ferro e transformar tudo aquilo em lascas para se fazer o arroz com feijão. 
  6. Está fácil demais as coisas. E a rapaziada reclama e dá de dedo na mãe. Que horror! Quando menino e adolescente, era “bença mãe, bença pai, bença tia, bença vó”.bençapai Cansei de levar surras, era o mais velho, tinha que dar exemplo. Um dia minha mãe me jogou uma colher de pau, que mexia tacho de doce de leite. Eu, guloso, ela descuidava eu metia uma colher e saia correndo. Ela foi se aborrecendo. Não deu outra, remoí de dor vários dias, pela queimadura. Bem feito!
  7. “Turvo turvo/a turva mão do sopro/ contra o muro/escuro/menos menos/ menos que escuro/ menos que mole e duro menos que menos que furo/escuro/ mais que escuro/claro/como a água? como a pluma? claro mais que  claro/claro: coisa alguma e tudo”.(trecho do poema sujo de Ferreira Gullar.
  8. Dia 25 passado tive mais uma vez no Instituto Abaitará. Ele vai pegando corpo de escola técnica de verdade. E vai subindo a escadaria do tempo. Porque primeiro vem a vontade, o pensamento de fazer, e vai se fazendo e a gente pensa uma coisa, e o tempo, os acontecimentos, o entremeio da vivência, o movimento, tudo vai levando e vai acontecendo, tem mais uma: ninguém sabe quando e como tudo termina. É como se diz, o pensamento é como uma flecha, como um filho lançado ao mundo. Ele vai.abaitará,turma10.25.2.15 Ao lado está a foto da equipe, Eliane, Lucilene  diretoras. A mão de Deus estará sempre sobre vocês.
  9. Ah! Dona Ana, professora, diretora da Monteiro Lobato de Rolim  de Moura. Há 35 anos nós éramos outros. A senhora jovem esposa e  mãe que vivia no Garimpo de Massangana. Eu médico da comunidade. Agora, nos encontramos noutro momento tão diferente. Cuidando de criancinhas, séries iniciais, perfiladas, engomadas, cheirosas, alegres, inocentes. Vamos deixar o tempo passar pra estes meninos. E que lá na frente sejam outras tantas, melhores, que possam florir Rondônia do futuro, como nós fomos no passado. 
  10. Hoje, fiz uma caminhada ouvindo Nelson Gonçalves e Nat King Cole. Quando tiverem tempo ouçam-nos, por mais tempo que tenha passado, mexem com a gente da pele ao osso. Música é música, quando é boa vai muito além dos tempos, veja um concerto de música clássica, sempre o maestro busca Schutz, Johann Bach, Vivaldi, Haendel, Mozart, Beethoven. E outros. O tempo não apaga, revive sempre. 

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