No Brasil não falta lei para saúde. É completo. Ao ler as leis da saúde a gente fica de boca aberta, devido a admirável beleza dos textos e a perfeição delas. Nada foi esquecido. Só tem uma coisa, foi esquecido de se combinar com prefeitos, governadores e o próprio Ministério da Saúde. Na lei cada ente faria uma coisa. Pra mim, a mais importante é a ATENÇÃO BÁSICA de saúde.
Se a UBS funcionar, todo resto funciona. Se ela não funcionar. Nada mais funciona. Ontem, o Fantástico mostrou a situação dos “postinhos” no país, um retrato em branco e preto da sua dura realidade. Pura verdade. Numa UBS tem a base da atenção, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que tem cada um deles cerca de 400 famílias para cuidar. Entra numa casa, noutra e assim vai, mês inteiro. Com o passar do tempo o ACS fica conhecido. Conhece a família inteira. E vai orientando a todos.
No “postinho” aparece o dia a dia das doenças mais comuns. A gripe, febre, a doenças de pele, a diarreia e o vômito, a dor de cabeça, o nervosismo, os desmaios, pressão alta, dor no peito, diabetes, a gravidez e por aí vai. De certa forma, as doenças que podem ser acompanhadas e tratadas ali mesmo. Não é isto que acontece. Termina todo este povo indo parar no Pronto Socorro ou Hospital. Assim não dá. Quebra o compromisso escrito na lei.
O atendimento ambulatorial (no postinho) é o mais barato. Mais rápido. Mais fácil. Perto de casa. Tem mil vantagens. Enquanto ele não funciona, como se vê na realidade, o restante também não irá funcionar, devido a superlotação, as dificuldades, as sobrecargas, além do sofrimento do paciente.
Não adianta nada que eu fique aqui falando estas coisas, se o Estado de Rondônia, SESAU não pegar pesado e ajudar os municípios a fazer o dever de casa. Quer dizer, ensinar de novo. Mostrar como fazer. E nós temos condições, através das Regionais de Saúde, distribuídas nos maiores municípios do Estado, e tem muita gente competente por aí. Só está faltando soltar este pessoal para que também cumpra o seu dever. E o maior deles, fazer as UBSs funcionarem.
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