O senador Confúcio Moura (MDB-RO), em pronunciamento nesta segunda-feira (19), criticou o baixo resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2023, indicador que mede a qualidade do aprendizado no Brasil, divulgado , na semana passada, pelo Governo Federal. Para o parlamentar, infelizmente, foi mais uma vez decepcionante.
Durante sua fala, Confúcio Moura fez um parêntese para destacar o trabalho da secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli, e do governador Ronaldo Caiado, que obtiveram o 1º lugar no ensino médio brasileiro. “Então, isso é um motivo muito especial para nós saudarmos a querida Fátima Gavioli e a sua equipe pelo excelente resultado obtido, justamente onde foi o nosso pior desempenho, o ensino médio brasileiro. Em Goiás, foi o 1º lugar do Brasil” asseverou.
De acordo com o senador, o que ele observou, em termos globais, que o nível de aprendizado da educação básica brasileira praticamente não avançou em relação àquele da pré-pandemia. “Nos anos iniciais, o Ideb nacional, considerando escolas públicas e privadas, foi de 6. A escala — é importante ter isso em vista — vai de zero a 10. Em 2019, o indicador foi de 5,9. Não houve praticamente nenhuma alteração”, lastimou.
Seguindo a análise, Confúcio Moura disse que nos anos finais do ensino fundamental, o Ideb 2023 ficou em 5 pontos e que em 2019 era de 4,9. Já no ensino médio, foi alcançado um Ideb 2023 de 4,3. Em 2019, o índice era de 4,2. “Nos anos iniciais do ensino fundamental, do primeiro ao quinto ano, temos uma pequena vitória. Com a nota 6, conseguimos alcançar a meta estabelecida em 2007”, ressaltou.
Desigualdades regionais
O senador por Rondônia falou que é preciso destacar a persistente disparidade regional onde muitos estados não conseguiram alcançar essa nota. “Meu estado de Rondônia, por exemplo, chegou apenas a 5,6. Do Norte e do Nordeste, apenas Ceará e Alagoas alcançaram 6 ou mais. Não podemos medir o Brasil, na sua grandeza e diversidade, com uma só régua” criticou.
No ensino médio, o cenário é alarmante, segundo Confúcio Moura. “Não somente estamos estagnados, como nossos patamares nessa etapa da educação são baixíssimos, abaixo de 5. Para se ter uma ideia, um aluno que tirou a média nacional de matemática no final do 3º ano não aprendeu sequer a fazer cálculos de porcentagem ou resolver problemas matemáticos usando operações fundamentais com números naturais. Isso é inadmissível”, alertou.
O parlamentar reforçou que não há o que comemorar. “Se houve algum avanço no Ideb este ano, ele foi muito tímido diante dos enormes desafios da educação brasileira”, e completou – Se a educação é o principal motor do avanço social, não podemos permitir que ela mesma seja vítima da iniquidade, perpetuando uma conjuntura histórica de injustiça social” disse.
Ao finalizar, Confúcio Moura sugeriu que para mudar esse cenário é preciso adequar definitivamente a distribuição de recursos e de infraestrutura, beneficiando aqueles estados e aqueles municípios que apresentam as piores médias no Ideb.
Em tempo
O IDEB foi criado em 2007, é produzido a cada dois anos e traz índices para os anos iniciais e finais do ensino fundamental e, também, para o 3º ano do ensino médio. As notas se referem a cada escola, a cada município, a cada estado, além de oferecer as médias nacionais.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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