Em discurso contundente nessa segunda-feira (7), no Plenário do Senado, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) — conhecido por sua atuação firme em defesa da educação — fez um alerta incisivo sobre a urgência de tratar a alfabetização na idade certa como prioridade absoluta no novo Plano Nacional de Educação (PNE), que agora começa a tramitar no Congresso.
Logo no início de sua fala, Confúcio expôs um sentimento que mistura indignação, frustração e uma insistente esperança de que o país ainda possa virar essa página. “Acabamos de encerrar mais um ciclo do PNE. E o que temos a apresentar? O que entregamos, de fato, às nossas crianças, jovens e adultos que dependem da escola pública?”, questionou.
Segundo o senador, o balanço do PNE 2014-2024 é desanimador. Apenas 4 das 20 metas previstas foram minimamente cumpridas. “É um retrato de fracasso coletivo. Um retrato que nos envergonha diante da sociedade. Faltou gestão, prioridade, articulação entre os entes federados, acompanhamento e, acima de tudo, coragem política”, afirmou.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Confúcio destacou que mais de 9 milhões de brasileiros ainda são analfabetos. “Crianças não alfabetizadas na idade certa, jovens fora da escola… São metas que viram miragens. A cada novo plano, discursos bonitos, promessas empilhadas — e no final, só sobra a decepção”, lamentou.
Para ele, é inadmissível que o Brasil continue preso a um ciclo de promessas vazias e entregas pífias. “O país está cansado de planos que não saem do papel, metas que viram estatísticas de fracasso, audiências públicas que terminam em relatórios engavetados”, disse. E fez um chamado: “O novo PNE precisa ser mais que um documento. Tem que ser prioridade máxima.”
O senador voltou a defender que a alfabetização na idade certa se torne uma verdadeira obsessão nacional. “Se a criança não aprende a ler e escrever nos primeiros anos, todo o resto da formação se apoia em terreno frágil”, alertou.
Apesar do tom indignado, Confúcio encerrou sua fala com uma nota de esperança: ainda acredita na força da educação como caminho para transformar o destino do país. Mas advertiu: essa esperança está sendo corroída pelo descaso, pela burocracia e pela ausência de ações concretas.
Ele concluiu com um apelo direto: que o novo PNE seja um compromisso real, um pacto de Estado que vá além de governos e interesses partidários — e que, enfim, coloque a educação no centro das prioridades do Brasil.
Deixe seu comentário