O futebol foi o nosso orgulho nacional. E ainda é. A energia de uma copa do mundo sobre nós tinha o peso do mundo. E o país se movia em torno deste sol mágico, a bola. Tirando de nós o foco, de outras ações que o pais sempre precisou, de torcida fanática e nunca tivemos esta torcida fanática e orgulhosa. Já pensou se a força do futebol se convertesse em força de vaidade nacional para a educação?
Ainda bem que veio o grande aviso – a derrota para os alemães por 7 x 1. De certa forma este 7 x 1 veio marcar a nossa história e tanta coisa tem acontecido depois dele. E o 7 x 1 foi dentro de casa, foi a derrota como se o vencedor pisando em nosso pescoço e a gente ficando ali debaixo da sola da chuteira com a língua de fora.
Se já ganhamos cinco copas, já está de bom tamanho. Este ano, para desenrolar dos fatos, deve ser a primeira vez que o Brasil será desclassificado. Não tem time. Não tem um núcleo em campo de respeito. Eu, da minha parte, acho bom. Servirá como lição, para que nós todos nos voltemos para os nossos grandes problemas nacionais.
Quando o Dunga convoca nova seleção, a gente fica pensando: – quem é este jogador, que nunca vi falar nele? É assim. Um mundo de jovens esparramados pelos confins do planeta terra. Que ainda bem que são brasileiros em busca de fortuna. Há necessidade de um núcleo básico de moral para puxar os mais jovens. Um capitão do time digno e elegante como Belini, Mauro ou Cafu. Cadê?
Não se tem patriota como se tinha. Um Gilmar, Djalma Santos, Belini, Zagallo, Nilton Santos, Garrincha, Pele, Sócrates, Rivelino, Dadá Maravilha, Piazza, Cafu, Falcão, Cerezzo, Ronaldo e Ronaldinho, Zico, Romário e Roberto Carlos. Muitos outros.Tantos. Agora não. Ficamos sempre agarrados na figura do Neymar, que não consegue jogar em nenhuma copa. E quando joga é uma vergonha. Fica nervoso, apela, agride. Acho até, que tudo que vem acontecendo com a seleção, deve ser, mais como uma lição, para nós brasileiros, deixar um pouquinho de lado esta paixão maluca pelo futebol. Porque de tanto nos fixar no futebol, temos esquecido do Brasil.
Mas será que caímos tanto assim, no futebol? Não. É porque os outros países melhoraram muito. Aprenderam bem da arte de jogar bola. Excelentes técnicos e um núcleo de apoio incrivelmente profissional. E nós ficamos do mesmo jeito. Claro, que se ganhássemos a próxima copa, quem sabe, não ajudaria a sair do buraco, mais rapidamente? Viria uma onda nova, sacudindo o nosso país! Quem me dera! Quem me dera! O 7 x 1 não veio por acaso. Veio mostrar claramente, o início das muitas crises nossas de cada dia. Olá Pelé, olá Garrincha, gracias e bienvenidos!
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