A BICA

A BICA

Creio que se fosse feita a pergunta, principalmente, aos meus conterrâneos masculinos, com mais de sessenta anos: – o que lembra mais e tem saudades nos tempos que viveu em Dianopolis?

Por certo, surgiria como resposta:- a BICA ou a Biquinha, entre outras lembranças também inesquecíveis.

A Biquinha era o local onde todos os homens da cidade, desciam nos finais da tarde, para um banho coletivo. Meninos, jovens e adultos tinham esta rotina, devido à escassez, ainda, de banheiros nas casas.

Era, portanto, o ponto de encontro da cidade ali, onde se contavam as historias, onde se ria muito, onde se lutava na areia, e depois, o banho frio, com água que vinha da nascente, com veio forte de produção.  Uma ducha incrivelmente agradável.

Se todos este sessentões ou  mais, chegarem por lá, hoje, para se encontrarem  com o marcador de suas vidas, ficarão profundamente entristecidos, por não verem mais a BICA

Ela secou, o Riacho do Getúlio, que descia e recebia mais aquela mão de água, secou também.

Então muitas vezes os nossos encantos estão em coisas tão simples.  E são  importantes para nós. E para mais ninguém que  não a conheceu antes. Coisa sem importância. Hoje todo mundo tem banheiro em casa. Ducha quente e fria. Jatos de água. Mas, agora tem. E no passado não tinha.

Mas, se esta velharada, voltasse toda. Daria um trabalhão para o Prefeito, para que recuperasse a BICA e o Córrego do Getúlio. Aquelas águas, correm em nossas veias, nós temos muito orgulho delas. São coisas que o tempo brinca com a gente: dá e toma. E fica tudo por isto mesmo.

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