Surpresa (Domingada)

Surpresa (Domingada)

1.SURPRESA – Aqui, Surpresa não é a “surpresa” que você está pensando. O que é inesperado e apareceu, não. SURPRESA é uma comunidade ribeirinha às margens do Rio Mamoré, município de Guajará-Mirim, Rondônia. Quem olha do alto vê a foz dos rios Mamoré e Guaporé se juntando. E vários outros rios menores, lagos e igarapés. Um delta. É verdadeiramente, surpreendente ver tanta beleza, além dos índios, ribeirinhos e uma comunidade fraternal.

2. SURPRESA faz parte de um Brasil distante. Que vê do outro lado a Bolívia. Que sente falta do “Mais Médicos”. Havia dois cubanos que trabalharam ali. Valiosos. E que ainda nenhum médico brasileiro aceitou morar no Distrito. Embora, tenha um Unidade Básica de Saúde linda e maravilhosa, espreitando a calmaria, os bandos de araras, os ventos que sopram e as pessoas que batem às suas portas angustiadas.

3. SORO ANTIOFÍDICO – Anderson da Motopan, de Ariquemes, me passou um “zap” para que eu tome providências, junto ao Ministério da Saúde, que está faltando soro antiofídico na cidade e no Estado. E cobra é o que não falta na Amazônia. Havia recebido outras denúncias. Alguma coisa deve estar engastalhada na indústria. Porque sempre o Instituto Butantã deu conta do recado.

4. ORGULHO – Esforço concentrado para proteção das Unidades de Conservação (UCS) do Estado. E são muitas. Os extrativistas receberam crédito do Banco do Povo para compra da castanha. Serviços sociais sempre presentes. Desintrusão das que estavam ocupadas. Recuperação das Associações de Extrativistas. Estas coisas todas. Importantes. Necessárias. O homem, a floresta, a renda, a proteção do Estado, em troca da preservação dos rios, dos animais e da vida.

5. NÃO É FÁCIL – meu amigo. Não é fácil. Fiscalizar, repreender para proteger UCs. Deve ser uma atividade constante do Estado. Dos Estados. Dos municípios. Da União. Há poucos dias foi desativada uma “base” de apoio para caçadores (Rondônia) dentro de reserva. Usada para produção de munições e armas.

6. QUANTO CUSTA UM RIO? – Vamos imaginar um leilão na Bolsa de Valores para vender um rio da Amazônia, do Cerrado ou do Sertão Nordestino. Vender o rio para um milionário excêntrico,  somente para vê-lo secar. Gradativamente secar. E no seu entorno florescer pastagens, garimpos e lavouras extensivas. Quanto custa o rio? Quem dá mais? Quanto custa o Rio São Francisco? Quanto custa o Rio Jaru? Quanto custa o Araguaia?

7. BANCO DO POVO (RO) – Nem sei quantas agências têm em Rondônia, acho que chegando perto de 40, para o microcrédito produtivo e pequenos negócios. E tem avançado. A simplicidade atrai o cliente. Agora, está entrando na era digital. Ninguém pode fugir desta realidade. Moeda digital, sistemas (softwares) para pedir crédito de casa. Rapidez no atendimento. Quando penso que tudo iniciou na Prefeitura de Ariquemes, com trezentos mil reais cedidos por lei, eu nem acredito no que vejo hoje.

8. AMAZÔNIA – Como seria o Brasil sem a Amazônia? Dê uma olhada hoje, nos jornais da tarde, para ver a meteorologia, as nuvens carregadas que vêm do Norte, se encontrando com as zonas de convergência do Atlântico. Os fenômenos distribuem chuvas, ventos, equilíbrios naturais. Estas nuvens da Amazônia carregam tanta água, que são chamados de “rios voadores”. E o sequestro de carbono? Nem vou falar aqui. Quanto custa a Amazônia? Hein?

9. REFORMAS – Tudo bem. São necessárias. É primeira ação para retomar o equilíbrio federativo. E o quê o Governo está pensando para depois das reformas? Que deve ser discutido agora. Agora. Para justificar todo o arrocho deste momento? Eu tenho a grande e inadiável sugestão – melhorar a qualidade da educação. E implantar o Programa Mais Professor – federalizar progressivamente, iniciando pelos municípios pequenos de menor IDEB.

10. OBRAS PARADAS – Quanto custa uma obra parada? Que fica por anos sem serventia. E quantas obras paradas têm no Brasil? Qual o preço de reiniciar e terminar? Ninguém nunca fez esta conta. O pior de tudo, os prefeitos e governadores pegaram, agora, uma nova doença – o pânico de fazer. Muitas vezes é melhor não iniciar, porque na dúvida, podem ganhar um processo. Não fazer é a melhor opção. Chegou a hora dos órgãos de controle admitirem uma nova doutrina – “revisão de projeto com obra em andamento” ou o “seguro da obra – porque aí a seguradora entregará a obra de qualquer jeito.