Senado (1 de fevereiro) – pílula do dia seguinte

Cheguei às 15h06

Entrei no plenário. Demorei a encontrar o meu lugar para sentar. Bloco à esquerda de quem entra. Enfim, achei. Penúltima linha de cadeiras, bem no meio dela.  Do lado direito Acir, do esquerdo, Marcos Rogério.

Muitas caras conhecidas, Paim, Flávio Arns, Nelsinho Trad, Zequinha Marinho, Marcelo Castro, Ciro, Jarbas. O que pude ver. E mais e mais. Já passou da hora da posse. A campainha tocou pela segunda vez. Anastasia acenou pra mim. Eu gostei. Anastasia é preparado.

O teto reluz lâmpadas radiais. Flores brancas adornam o rodapé do plenário. Para mais uma sessão de posse. Deputado Átila Lira, do Piauí veio me ver. Sentou-se ao meu lado. Ficou lembrando de mim quando foi secretário do MEC, governo FHC. Eu perguntei pelo B. Sá, lá de Oeiras.

15h20 Senador David Alcolumbre sentou-se na cadeira da presidência. Me parece que a sessão vai começar. Todo mundo circulando. Eu me sentei. Fiquei observando. A estátua (busto) de Rui Barbosa ao fundo suspensa, fitando o plenário, acima dele um crucifixo, Jesus martirizado. Os celulares registram fotos. É o meu primeiro dia aqui.

Fico me projetando no tempo, não sei um dedo à frente do nariz. Embora, tenha mil planos. O Brasil espera muito.
Houve brutal renovação de senadores. Estou olhando tudo. Tenho meu pé na realidade, o de fazer uma coisa de cada vez.
A vida é assim. Pensando bem, o plenário, teto abaulado, tem formato de um céu estrelado. Centenas de máquinas fotográficas apontadas de cima pra baixo. Registram tudo. Para mais tarde virar notícias.

Os parentes estão sentados na galeria do plenário. Ou no auditório. Outros no Salão Negro. Alice está muito bonita. Vi o Collor de Mello de longe. Envelhecido. Simone Tebet passou perto, vestida de azul marinho, brincos pendurados em argolas.

15h33 está começando a sessão. Jaques Wagner leu o protocolo completo.  Breve. Que Deus seja louvado. “Assim o prometo”, foi o juramento resumido. Repetido 54 vezes.

16h33  encerramento.

17h40  sessão reiniciada, “uma preparatória” para a eleição da mesa diretora. E vai rolando em clima de horror. Questões de ordem embucham a fluidez. Ora regimento interno, ora Constituição. Fui à copa comer salada de frutas. Voto aberto x voto secreto. A sessão embolou de vez. Os argumentos esgotaram.  Kátia Abreu roubou a cena, arrancou os documentos do Presidente. Tudo ficou surreal. Sessão composta para inimigos. Cada fala esperta existia como parte de um jogo. Ainda não claro. Rodrigo Maia acabou de ser reeleito na Câmara, pelo voto secreto. Infernos ou céus escondidos atrás de interesses. Jogo bruto. Neste cenário obscuro, não voto em  ninguém. Quem sabe não seria melhor não ter “presidente”?

22h resolvi ir pra casa. Pela TV fiquei sabendo que a sessão continuará amanhã, sábado.