No ato inicial da Caminhada Esperança, que une oito partidos progressistas e de centro, o senador Confúcio Moura pregou “o carinho, o afeto e a simplicidade para resgatar valores no quadro político, em nome da dignidade, valorização da mulher, educação e saúde.”
Reunião inédita na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Rondônia (Sindsef), em Porto Velho, uniu sexta-feira à noite dirigentes, militantes e filiados ao MDB, PDT, PT, PSB, PV, PCdoB, Psol e Rede na primeira manifestação pública de “reação ao cansaço com o ódio, a mentira e a exclusão.”
O movimento se define: “Existimos para criar pontes entre as comunidades e as políticas públicas. Inspirar ação, proximidade e cuidado real com o outro.”
O ex-prefeito da Capital, Roberto Sobrinho (PT) apelou: “A direita usa bem as redes digitais e dissemina fake news, mentiras, desunião; nós precisamos aprender a usá-las também, mas para divulgar verdades e experiências de êxito que já tivemos.”
Sobrinho acredita que os oito partidos, unidos em ideais e propostas avançadas, formarão uma chapa majoritária exitosa no estado. “Nós, oito, fomos derrotados nas derradeiras eleições, e o pior é que ouvimos da direita: vamos varrer os progressistas. Hoje estamos aqui para dizer aos bolsonaristas: não irão varrer, não!”.
Geneci Gonçalves, do PSol, disse que a união dos dirigentes dos oito partidos possibilitará o combate às fakes news. “Estamos dispostos a isso.”
“Até 2014 tivemos 85% dos votos de centro e esquerda; nas eleições passadas, apenas 15% e ficamos igual peru, com a cabeça debaixo da asa”, disse em breve e contundente discurso, o presidente estadual do MDB, senador Confúcio Moura.
Segundo relatou o senador, foi difícil iniciar o mandato, mesmo com intenções e êxito na obtenção de recursos para o Estado de Rondônia: “Havia muitas obras paralisadas, eu levei peia por apoiar o Governo Lula; a caixa de e-mails vivia abarrotada de xingamentos à minha pessoa”
Cofres abertos ao desenvolvimento de Rondônia
“Eu, o ministro Renan Filho (Transportes), levamos à ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) a proposta para o setor de transportes, e assim o DNIT passou dos R$ 100 milhões para R$ 600 milhões, suficientes para melhorar rodovias no estado. Demos uma guinada na habitação: Ji-Paraná estava com mais de 1.400 apartamentos inacabados, o governo federal retomou o programa Minha Casa Minha Vida, e voltamos a trabalhar num ritmo satisfatório”, disse Confúcio.
Sob aplausos, o senador lembrou que durante a presidência de Dilma Rousseff, quando ele foi governador, Rondônia obteve financiamentos para construir e entregar 25 mil moradias – o maior volume da história estadual.
Faixas e banners explicavam o movimento: “Por que existimos? – Porque acreditar ainda é um ato revolucionário. Existimos para criar pontes entre as comunidades e as políticas públicas.”
Apontando o seu ex-secretário estadual de agricultura, Anselmo de Jesus e mencionando conquistas de seu governo, lembrou o crescimento da cafeicultura clonal, a cacauicultura que já resultou na Fábrica de Chocolate em Jaru, e “o trabalho maravilhoso dos técnicos da Emater.”
“É por isso que vamos partir agora para uma grande virada em busca dos votos que desperdiçamos lá atrás. Nosso discurso é o da simplicidade, passamos o carinho e o afeto que as pessoas tanto gostam, porque na lavagem cerebral que o outro lado fez disseminou-se uma virada de mentalidade, uma doença do ódio e do desamor” – apelou.
O senador propôs o desapego “para reconstruir Rondônia” e sugeriu aos partidos progressistas que abram as portas à juventude. “Com os jovens, vamos nos unir fortemente para fazer o melhor.” Denunciou em seguida a extrema direita de “querer tomar conta do Senado apenas com a intenção de tumultuar, afastar do cargo o presidente da República.” Proclamando: “Mas nós temos sangue na veia para enfrentá-la com firmeza, na paz, sem ódio.”
“Não xingando, não brigando”
O ex-senador Acyr Gurgacz elogiou o trabalho de Confúcio: “Ele é nosso parceiro na defesa dos interesses e metas políticas, e com ele estamos retornando ao nosso trabalho, não xingando, nem brigando e conduzindo da melhor maneira as propostas para Rondônia crescer ainda mais.”
De acordo com Gurgacz, o estado está carente de políticas públicas que assegurem melhor qualidade de vida a todos. “Temos grandes nomes à frente dos partidos e de associações e sindicatos, e política pública bem-feita necessita desse comprometimento popular para lhe dar alto nível e padrão ideal.”
Otimista, o ex-senador acrescentou: “Eu acho que, unidos, podemos colocar no Palácio (Rio Madeira) um representante que saia destes oito partidos, e da mesma maneira, na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Com isso, alcançaremos a nova chave após uma agricultura consolidada: a industrialização do estado.”
Diversos oradores se manifestaram: Dioneida Castoldi, presidente do Sindisef: “Nós ousamos sonhar, sozinhos não vamos a lugar nenhum.”
Elzilene Nascimento, da CUT-RO: “Iniciamos a caminhada com muita garra, mobilizando trabalhadores do campo e da cidade.”
Almir José Silva, presidente do Sindsef: “Estamos felizes, estamos numa entidade que muito contribui para impulsionar este estado, vamos nos dar as mãos.”
Pastora Sila, dirigente do PV: “Quero falar às mulheres, elas têm muita força. Eu, mulher, oro e luto. É tempo de nos despertarmos para a política que pode ser instrumento de mudança, cuidando mais da saúde, da maternidade, da mulher que sofre com a violência neste estado.”
Ivaneide Bandeira e Samuel Costa, dirigentes do Rede, repudiaram o senador Marcos Rogério pela discriminação à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. “Não vamos permitir nenhum desrespeito à mulher; lugar de mulher é onde ela quiser, e nas próximas eleições precisamos pôr mais mulheres na Assembleia Legislativa de Rondônia”, disse Nedinha.
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