O Ministério da Saúde já iniciou tratativas com a embaixada da Russia e o governo do Paraná sobre a vacina contra a covid-19 anunciada pelos russos, a Sputnik V. “Mas tudo ainda é muito incipiente”, segundo informou nesta quinta-feira (13) o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, aos parlamentares da comissão mista que fiscaliza as ações do governo contra a pandemia.
— As posições estão muito rasas, não temos profundidade nas respostas e não temos o acompanhamento dos números. Pode até haver [a vacinação], mas ainda vai haver muita negociação, muito trabalho para que seja liberada pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e para que possamos comprar. Estamos atentos à vacina russa e, caso funcione, iremos participar — disse Pazuello.
O governo do Paraná já estabeleceu uma parceria com a Russia, que poderá, no futuro, fazer com que o estado seja o primeiro do Brasil a aplicar a Sputnik V. Mas Pazuello explicou que o governo federal ainda aposta suas fichas na vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, com a empresa inglesa AstraZeneca.
— A AstraZeneca ainda é a melhor opção. Vamos fechar o contrato com eles na semana que vem, com empenho de recursos. Haverá transferência de tecnologia para a Fiocruz, para produzir as vacinas aqui. Apostamos nossas fichas nessa parceria, mas estamos atentos a tudo, e podemos contratar outras também. Acompanhamos a parceria de São Paulo com a Sinovac [empresa chinesa], por exemplo — afirmou.
Fake news
O relator da comissão, deputado Francisco Júnior (PSD-GO), perguntou ao ministro sobre uma notícia que viralizou nas redes sociais segundo a qual estados e municípios estariam inflando o número de mortos pela covid-19, para que pudessem receber mais recursos públicos. Pazuello disse que a informação não tem nenhum fundamento, pois esse tipo de “diretriz” não é seguida por nenhum órgão da administração pública nacional.
Em resposta a Esperidião Amin (PP-SC), autor do convite para a audiência, o ministro admitiu que a testagem da população para a covid-19 “ainda não é a satisfatória”, mas que a pasta trabalha para reverter o quadro.
Presidente da comissão mista, Confúcio Moura (MDB-RO) quis saber sobre a gestão federal da cloroquina. Pazuello respondeu que o repasse só é feito a secretarias estaduais e municipais que solicitam.
— Nós só repassamos a hidroxicloroquina quando demandados por estados e municípios. Aliás, nosso estoque de cloroquina no Ministério da Saúde hoje é zero. Temos uma reserva de 300 mil itens, mas que são reservados para combater casos de malária — detalhou.
Pazuello acrescentou que a Fiocruz produziu 4 milhões de doses de cloroquina, mas que por enquanto o ministério “ainda não tem como comprar”. A pasta negocia a aquisição mais barata por meio da Fiocruz. Hoje, de acordo com o ministro, há uma demanda reprimida de estados e municípios de 1,6 milhão de doses.
Fonte: Agência Senado
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