Política e desconfiança

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Política e desconfiança

A palavra política, no mundo atual, é revestida de imagem ruim. Na recente eleição americana, o povo não queria nem um e nem outro candidato. É como se diz – votar no menos ruim. E o capricho de comparecer à urna, por certa birra, para não contribuir para que o pior candidato, na opinião do eleitor, viesse a ganhar.

Há uma desconfiança latente, acentuada com a velocidade da comunicação existente, tudo é imediato. No passado pouco se sabia dos segredos e conchavos políticos. A comunicação era tardia. Hoje se vê tudo, se grava tudo, se rastreia facilmente tudo. O celular é uma máquina fantástica. Um espião superinteligente.

A política piorou? Esta tese não se sustenta ao se rever a história das civilizações, ou mesmo de cada país. Assista a centenas de filmes sobre reinados, guerras, domínios que verá neles a realidade da política em cada momento. Mas, fica sempre a reverência aos reis, imperadores, presidentes, ditadores, a aura e o encantamento que o poder exala e que grande parte do povo admira e gosta de ver. Pelo menos nos filmes e nos desfiles patrióticos.

Mas, seja como for, tenho a impressão que neste mundo conturbado, a palavra política está visivelmente desprestigiada, parece que atingida por estes vírus novos que tem contaminado o homem. O cidadão que entra na política pela porta da frente, não pode de uma hora para outra, mudar tanto o seu conceito, somente pelo fato de ter sido eleito?

Mesmo na ditadura dá para se refletir, se o povo ganha ou melhora de vida com a mudança. Eu pergunto pra vocês: – O Iraque melhorou com a queda e assassinato de Saddam Hussein? A Líbia melhorou depois da queda e morte de Muamar Kadafi? Eu acho que não. Pelo menos estes países viviam sobre regime duro, controle rígido, mas tinham uma paz relativa. Depois deles os seus países entraram num ambiente caótico, motivo hoje de tantos refugiados pelo mundo e do crescimento do terrorismo. O Estado Islâmico é pior do que suas ditaduras.

Mas, ainda avançaremos muito. Lá na frente, sem data e nem previsão, poderemos chegar bem perto da Suécia, onde a classe política também tem seus desgastes, mas, a vida dos eleitos é bem controlada, rígida, exemplar, sem mordomias e sem escândalos.

A política não é confraria de monges. Ela se movimenta pelo debate permanente, das opiniões, votos, dos discursos e confrontos. Há realmente um poder. Há busca pelo poder em cada partido político. Se este poder existe ou não, pouco importa, mas, parece que existe. E este poder imaginado significa a capacidade de o governante influenciar a vida das pessoas para o bem ou para o mal.

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