O INJUSTIFICADO

Home / Blog do Confúcio / O INJUSTIFICADO

Se hoje em dia não se encontra médico que se atreva a servir ao Brasil profundo, mais grave era na década de 70, encarar a Amazônia bruta e virgem. Além do mais completamente estranha. Bem vista e admirada nos livros e enciclopédias das coisas fantásticas. Hoje, olhando bem para trás, não sei me justificar ao certo, o que me fez, se foi uma força estranha que saiu de mim mesmo ou um empurrão do destino.  Estas coisas que não se sabe explicar direito. 

Anoitecer em Ariquemes RO, 1977. Foto de Marcos Santilli

De pouco em pouco e muito em muito, vi um espetáculo se descortinar. E foi acontecendo o grande show, de milhares de artistas figurantes, como nas festas dos santos padroeiros milagrosos. E assim foi Rondônia se descobrindo e acontecendo. Eu sou aqui e agora como um  injustificado. Creio quem me trouxe pra cá foi o vento. Algum redemoinho de pensamento que foi me tonteando e parei aqui, em Ariquemes, quando ainda não existia nada. E sem saber o caminho de ida ou de volta, fiquei. 

Creio que ainda cabe ventanias como aquela no Brasil de hoje. Para barafundar pensamentos de jovens médicos, enfermeiros, engenheiros e outros tantos sedentos de aventuras, que ao invés de pular de paraquedas, voar de asas deltas, mergulhar no fundo dos mares, venha pra cá. Ainda dá para se ter bons e inesquecíveis saltos. E agarrar nas asas dos passarinhos chamados de –  oportunidades 

 

Foto de  Marcos Santilli – Ariquemes 1977

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não pode ser publicado.