Se hoje em dia não se encontra médico que se atreva a servir ao Brasil profundo, mais grave era na década de 70, encarar a Amazônia bruta e virgem. Além do mais completamente estranha. Bem vista e admirada nos livros e enciclopédias das coisas fantásticas. Hoje, olhando bem para trás, não sei me justificar ao certo, o que me fez, se foi uma força estranha que saiu de mim mesmo ou um empurrão do destino. Estas coisas que não se sabe explicar direito.
De pouco em pouco e muito em muito, vi um espetáculo se descortinar. E foi acontecendo o grande show, de milhares de artistas figurantes, como nas festas dos santos padroeiros milagrosos. E assim foi Rondônia se descobrindo e acontecendo. Eu sou aqui e agora como um injustificado. Creio quem me trouxe pra cá foi o vento. Algum redemoinho de pensamento que foi me tonteando e parei aqui, em Ariquemes, quando ainda não existia nada. E sem saber o caminho de ida ou de volta, fiquei.
Creio que ainda cabe ventanias como aquela no Brasil de hoje. Para barafundar pensamentos de jovens médicos, enfermeiros, engenheiros e outros tantos sedentos de aventuras, que ao invés de pular de paraquedas, voar de asas deltas, mergulhar no fundo dos mares, venha pra cá. Ainda dá para se ter bons e inesquecíveis saltos. E agarrar nas asas dos passarinhos chamados de – oportunidades
Foto de Marcos Santilli – Ariquemes 1977
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