De repente, mais que de repente, agora, no final de agosto, o boi gordo sumiu da praça de Rondônia. Os caminhoneiros das carretas boiadeiras estão quase parando. Alguns frigoríficos que trabalham para o mercado interno estão abatendo menos da metade que suas plantas suportam. E começou uma verdadeira guerra entre a concorrência. Algum motivo justo existe.
Pode ser que a saída do garrote tenha aumentado para outros estados. Pode ser que o boi magro ou gordo esteja em saída para outros criadores e frigoríficos de outros estados. Ou pode ser que o boi gordo esteja em falta nas fazendas, devido a seca prolongada.
E tem outra possibilidade, os fazendeiros segurando o boi no pasto, devido a alta do preço do garrote para reposição. Então, têm muitas variáveis em jogo.
E tem mais, algumas variáveis invisíveis – a exigência da rastreabilidade e sustentabilidade ambiental das fazendas criadoras, principalmente, do boi criado no Centro Oeste e na Região Norte. E isto será cada vez mais percebido, porque o mundo na pandemia e pós-pandemia será claramente exigido nos negócios internacionais. O vigor e prestígio da floresta em pé. A redução das queimadas. Da grilagem da terra. Dos garimpos ilegais. Do furto da madeira em unidades de conservação e terras indígenas.
As mudanças climáticas ameaçam a produção agrícola na Amazônia e no Norte. Esta é a realidade. Se subir dois graus de temperatura, tudo será inviabilizado.
O que pode fazer o Governo de Rondônia?
Simplesmente, se for o caso, mexer no gatilho do ICMS na saída do bezerro, novilha, garrote e boi magro. E pode ser estendido para o boi gordo. E deixar com que esta medida segure o boi em nosso Estado, para manter os empregos diretos nos frigoríficos e em toda rede de apoio, como compradores, marreteiros, freteiros e criadores.
Obs.: O Evandro Padovani já me explicou que o Governo fez o que deveria ser feito. Mexeu no gatilho. O boi está no pasto. O fazendeiro está segurando. Soltou a linha do anzol. Agora, os frigoríficos estão beliscando a isca.
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