Tem quatro anos que falo em modernizar o Estado de Rondônia. Um dos projetos é acabar com o papel nas secretarias. Já tem muitas empresas e prefeituras e órgãos públicos que acabou com papel. E se gasta muito papel. É cópia demais. Cópia em cima de cópia. Toda hora se tira uma cópia no computador. Os processos são cada vez mais grossos.
Tem rolos de processos. Tem processo que precisa andar de carriola. Enorme. Tem que se numerar página a página. De vez em quando um esperto arranca uma folha do processo. Tem folhas desgarradas de tão amassadas. E tem mais papel.Tem processo enfileirado num mesmo, amarrado com cordão. E tem mais processo iniciando no protocolo. É um inferno de papel. E dá para fazer diferente. Como se pode? Nunca vi tanto amor ao papel.
Gastar papel. Resmas e mais resmas. Quem tem muito dinheiro contrata empresa especializada. Que vem com scanners gigantes.
E milhões de páginas de papéis vão pro lixo. E tudo vai para o computador. E tudo roda no computador. E vai de uma cidade pra outra no computador. E quem quiser, lê o processo eletronicamente. E a chamada do aluno é feita assim. O prontuário médico também. As licenças ambientais entram e saem pelo computador. É muita facilidade. Agora, meu irmão, o díficil é você fazer tudo isto. Eu venho quatro anos falando neste assunto. A palavra, a desgraçada palavra se chama GED. GED (Gerenciamento eletrônico de documentos) Parece que tem o Satanás de galocha à minha frente. Tudo empaca. E pra minha ira ainda não licitei o bendito GED. E cada dia tem uma coisa nova.
Tem que mexer no termo de referência. Chove chuva, chove sem parar, pra ver se lava a cabeça de muita gente. A gente poderia fazer uma limpeza, uma manutenção no cérebro, enfiando água por ouvido e saindo pelo outro. Só assim, tirando a cera do cérebro é que se poderia se implantar o GED. Pô cara! estou de saco cheio. E as lixeiras da rua também cheias de papel imprestável. Tribunal de Justiça já implantou tudo isto. Eu morro de vergonha. Falo, falo e nada acontece. Dá vontade de desistir.
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