Em 28 de abril de 2010 eu conversei com o mestre Clodomir.
Falamos de desemprego, organização das massas, força do trabalho e do capital. E fui mais além, a importância do crédito, acabar com as falsas lideranças das associações existentes do Estado e buscar seus valorosos representantes.
Resgatar o cemitério tecnológico do Estado, dinheiro jogado fora, grandes projetos empíricos, sem base técnica e nem social, dinheiro na lama.
Recuperar os grandes projetos mortos. Organizar as massas para a defesa e segurança. E transformar o povo, como elemento importante de segurança comunitária.
Clodomir morreu há pouco tempo, já tinha se mudado para Vitória da Conquista, na Bahia, gostava de lá, de vestir calça de algodão cru e alpercata de couro. Sempre usou “gayabeiras” (jalecos) de caqui, como o padrão socialista de se vestir. Não fazia por mal, mas pelo costume que sempre teve e gostava.
Na juventude foi exilado. Salvou-se por pouco da morte e da cadeia. Foi para o Chile, Cuba, Honduras, Guatemala, países da América Central. Por lá implantou seu modelo clássico – Teoria da Preparação Massiva. Era um grande e emérito sociólogo.
Clodomir sempre labutou para incluir o pobre, principalmente, o jovem num admirável mundo da formação, do que ele chamava de economia de guerra. Os seus TDEs (Técnicos de Desenvolvimento Econômico) e os seus APIS (Auxiliares de Projetos de Investimento Social). Uma massa crítica e informada, guerreira, capaz de em qualquer lugar, qualquer comunidade, poder tirar dali o sustento criativo, a oportunidade de trabalho e a geração do auto-emprego sustentável.
Ele sempre batalhou a vida inteira em cima deste princípio. A organização da sociedade para crescer. Ele foi sempre assim, mesmo novo, não tinha por ele conhecimento pessoal, próximo, mas, sabia deles na Região do Rio da Conceição em Tocantins, na década de 60, armados até os dentes, doutrinando o sertanejo, para de baixo para cima, organizado nas Ligas Camponesas, para a tomada do poder do Brasil, no modelo mais ou menos de Cuba.
E pudessem subir, valentes e colocar seus líderes do Poder Central, que era Arraes, Brizola, Mauro Borges e tantos outros. De uma forma ou de outra, terminou que ele, com a idade foi se acalmando aos poucos, voltando-se para suas teses de transformação social da juventude, querendo e sonhando um Brasil diferente, justo e igualitário.
Queria segurança para todos. Trabalho para todos. Justiça para todos. Queria um país voltado, primeiro para dentro dele, produzindo alimentos abundantes para atender o seu povo e combater a fome e a miséria. Clodomir, mestre Clodomir, foi muito bom ter lhe conhecido.
Deixe seu comentário