SENADOR CONFÚCIO MOURA (MDB/RO)
174ª Sessão Não Deliberativa da 1ª Sessão Legislativa Ordinária da 56ª Legislatura
Plenário do Senado Federal
23/09/2019
O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO. Para discursar.) – Sr. Presidente, o meu discurso vem falar sobre a grande manifestação que aconteceu na semana passada com a juventude do mundo inteiro. Foram adolescentes, crianças, jovens, professores que, em 130 países do mundo, foram para as ruas fazer a defesa do clima, do futuro, do equilíbrio do Planeta Terra.
Olhe, Sr. Presidente, todas as grandes manifestações, as revoluções que aconteceram no mundo, em todos os tempos, tiveram a participação da juventude, dos professores, dos intelectuais, não de insubordinados, de insurgentes, de raivosos, como queiram chamar essas pessoas, de revolucionários. Agora, foram as crianças.
Vocês viram no mundo, gente, a meninada com cartazes, organizada. Era uma estimativa de quatro milhões de crianças nas ruas, pedindo atenção para a questão climática. Quando esses meninos saem às ruas falando essas coisas, é porque eles aprenderam na escola. Quer dizer que a escola está ensinando alguma coisa boa, que é a educação ambiental.
Então, eu louvo esses brasileiros, esses pais, essas escolas que soltaram essas crianças, na semana passada, nessas manifestações pacíficas, lindas, no mundo afora, chamando atenção de nós adultos, de governantes, de Presidentes de países poderosos, como China, Estados Unidos e outros teimosos do mundo todo. A meninada, jogando na cara: nós queremos um planeta saudável, queremos viver, queremos ter futuro! O discurso das crianças não tem nem a ver com o discurso dos pais. Eles estão fazendo um discurso do agora e para a frente. A meninada, querendo a vida melhor para a frente. E, muitas vezes, os pais nem concordam com os meninos, mas os meninos estão nas ruas. Eu quero um Planeta limpo. Eu não quero que o Planeta, a minha vida, o meu pulmão, o meu sangue, sejam objeto de demanda pelo lucro da queima de combustíveis fósseis, chaminés, indústrias pesadas.
Muitos países estão turvos de contaminação e poluição. Em muitos países, diversas pessoas saem às ruas com máscaras. Há cidades chinesas em que as pessoas saem com máscaras.
Que riqueza é essa que mata as pessoas? Que riqueza é essa que contamina o pulmão das pessoas?
Então, essa meninada lindíssima que eu vi nas ruas, fazendo discursos, meninos pegando em microfone, é interessante isso. Isso é um grito novo do mundo. É um grito novo: “Olha, velharada do mundo, nós não estamos satisfeitos com vocês. Nós queremos um mundo diferente para nós de agora para a frente”.
Foi esse o louvor cantado, essa insubordinação dessa juventude mundial. Isso não vai ficar parado. Isso não vai ficar parado, porque começou, ano passado, com uma menina, uma menina sozinha. Diante do Parlamento sueco, aquela menina, Greta Thunberg, começou a fazer o protesto solitária. Aquilo foi irradiando. A televisão mostrou aquela menina. A rede social mostrou aquela menina. E ela, hoje, está com 16 anos e é a líder mundial desse grande movimento, uma adolescente de 16 anos.
Isso tem muita importância. Isso não é à toa. Isso é um movimento que sai de baixo, que sai da terra, sai do útero. Ele sai, sai, está saindo. Não sai de nós aqui nem tanto, não, que ficamos discursando. Ele sai da vibração. Sai da escola para a rua. Sai da faculdade por meio dos professores progressistas. Professores de cabeça ensinaram as crianças que é bom viver saudavelmente. Isso é altamente grandioso.
Então, esse meu discurso de hoje envolve a educação com a questão ambiental. Isso é muito importante. Está aqui Jean Paul, que está aqui sempre defendendo em seus discursos – eu assisto – nas comissões, falando em energia solar e em energia eólica, mostrando que é importante essa forma alternativa de produção de energia limpa para o mundo, através das hidroelétricas, da eólica, que os seus Estados do Nordeste produzem demais.
Muita gente pensa: “Mas eu não dou conta de consertar o mundo, o meio ambiente” Conserta em sua casa, gente; conserta desligando a energia na tomada; conserta não jogando o óleo, o azeite que sobra no cano da pia; a gente conserta com pequenas ações, abrindo a janela para entrar o vento para amenizar esse calor horroroso do Brasil nesse momento, para ventilar… Uma janela de cá, uma janela de lá, para correr uma onda de ar dentro de casa; o reaproveitamento da água da chuva para lavar o chão. Isso tudo são medidas simplórias, familiares, que a gente tem que ir fazendo… O canudinho que você chupa a Coca-Cola… É importante usar um produto que não seja degradante, que não seja plástico e outras formas tais que estão por aí afora.
Então, meus queridos colegas, todos os telespectadores, Srs. Senadores, vocês podem gravar que essa manifestação do dia 21 no mundo, com essa juventude, é um alerta novo, é uma energia que está subindo para os ares, clamando: “Deixe-me viver em paz, deixe-me respirar livremente, deixe um futuro melhor. Eu não quero destruir a terra, vocês já destruíram demais”. Mandaram um recado para nós.
Então, eu encerro as minhas palavras.
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