Hospital do Amor

Hospital do Amor

SENADOR CONFÚCIO MOURA (MDB/RO)
228ª Sessão Especial da 1ª Sessão Legislativa Ordinária da 56ª Legislatura
Plenário do Senado Federal
25/11/2019

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO. Para discursar.) – Eu cumprimento o Senador Eduardo Gomes, pelas suas palavras elogiosas; saúdo e exalto o nome de Henrique Prata, Presidente dessa organização do amor, Hospital de Amor e sua rede, espalhada pelo Brasil.

O meu discurso terá fragmentos de discursos, pedaços de discursos que seria assim, mais ou menos, como as pessoas, que são atendidas no Hospital de Amor, e seus familiares, em Barretos e outras regiões, gostariam de falar. Então, não são palavras minhas. Esse discurso…

Eu sou um ex-médico, há mais de 27 anos que eu não exerço a profissão, mas quando eu fui Prefeito de uma cidade de Rondônia, o pessoal falava muito: “Olha, fulano de tal pegou câncer e foi para Barretos”. Era Barretos, Barretos, Barretos, Barretos… Eu falei: “Tenho que lá olhar esse tanto de gente saindo daqui para ir para Barretos”. E eu fui lá, como Prefeito na época, e andei – o Presidente Henrique Prata me recebeu muito bem –, fui olhar as casas de apoio; havia casa de apoio de um Município, casa de apoio para atender aos doentes de outra região. Eu falei: “Rapaz, isso aqui é uma coisa de louco mesmo. É gente demais de Rondônia, do Estado, da minha cidade, Ariquemes”. Lá eu encontrava com ele lá doente e seus familiares, e eu perguntava: “Como é que é esse hospital?”. Eles falavam: “Olha, doutor, eu não conheço igual, nunca vi um atendimento dessa maneira. Até para nós acompanhantes, que chegamos aqui e ficamos lá debaixo das árvores ou aqui no corredor, do lado de fora, chega um carrinho com comida para a gente, oferecendo o alimento. Eu não pago nada. Além de atender bem ao meu parente que está internado, ainda atende bem a mim e aos outros que estão aqui fora”. Aí, depois, eu cheguei ao Hospital São Judas, que é um hospital para doentes terminais, que não têm mais jeito mesmo – medicação, rádio e quimioterapia –, encontrei gente de lá da minha cidade, de Ji-Paraná e de outras cidades de lá.

Até o apartamento é diferente: há uma varanda aberta, humanizada, onde as pessoas podem entrar e sair, os parentes podem ficar ali com o doente deles, dando o conforto necessário. Ali, na parte terminal, eu perguntava: “E aí, gente?”. E a família falava: “Foi feito tudo, foi feito tudo, e agora nós estamos aqui nesta fase de expectativa e muito bem atendidos – e muito bem atendidos”.

O tempo foi passando, e eu cheguei ao Governo de Rondônia, e lá o pessoal do interior me procurava: “Você não vai trazer um Hospital de Barretos para cá, não? Muita gente nossa… Em Rondônia há câncer demais!”. Eles falavam assim, os leigos: “Rondônia tem alguma coisa: aqui neste Estado, não sei se são os minérios, não sei se é alguma radiação que sai do solo, dessas pedras ou desse ar, desse calorão, ou é desse mosquito, alguma coisa está fazendo o pessoal de Rondônia pegar câncer demais! E você, agora Governador, tem que dar um jeito!”.

Eu estava lá um dia, despachando num cubículo de um instituto nosso lá, daí a pouco chegam dois ou três do interior carregando Henrique Prata para a gente conversar mais uma vez. E Henrique tem uma disposição, uma energia desumana – não é igual à gente que tem só um pedaço de humanidade; ele tem algo sobrenatural. E eu fui falando com ele, fui conversando, e ele falou: “Sabe de uma coisa? Vamos criar um hospital aqui na Rondônia?” – ele fala “na Rondônia”. E eu falei: “Como? A gente não tem recurso para fazer o hospital.” E ele: “Deixe comigo que eu vou construir rapidamente. Me mostre o local aí que eu vou construir”. Eu pensei que ele fosse introjetar, de um ano para o outro, tal e tal. Quando eu penso que não, está o hospital pronto, dentro da área pública nossa lá. Eu falei: “E agora? Como é que eu vou pagar esse homem, meu Deus do Céu? Não existe processo, não existe registro, não existe licitação, agora é força para mim, pois, como Governador, vou ser enforcado, vou sair daqui daquele jeito” – ainda bem que não havia Lava Jato naquela época, graças a Deus!

(Risos.)

E ele fez com um dinheiro – não sei onde ele arrumou esse dinheiro.

Aí o povo começou a ser atendido tão bem, tão bem, tão bem, com poucos médicos. Aí deram um apelido para o hospitalzinho feito: chamaram de Barretinho. “Onde você vai? Onde seu parente está?”. “No Barretinho.”

E nesse Barretinho encontravam-se lá gente rica, gente pobre, gente remediada, gente da roça, gente urbana. E eu ia lá sempre, estava lá sempre como Governador, e eles ali apertadinhos mesmo – alguma área administrativa ele fez de contêiner de lata, assim no “estouro da boiada”. E foi feito.

Muito bem, aí, não contente, passado mais algum tempo, o Henrique é muito chamado por governadores. O de Mato Grosso do Sul: “Venha para cá”. O do Ceará: “Venha para cá”. Em Salvador: “Traga para cá”. Ele é igual a se puxar de um lado para o outro, cada um querendo arrancar um pedaço dele, e ele dizendo: “Rapaz, não é assim. Eu tenho limites, eu tenho limites”.

Mas certo é que ele lá, hoje, em Rondônia, tem o Hospital do Amor construído, bem ampliado, luxuoso, uma construção pré-moldada. E a participação mais importante é a participação voluntária das pessoas, que vão chegando. É um cantor renomado que faz um show e dá o dinheiro para o hospital, é isso, é aquilo outro, é doação internacional que vem!

É doação dos empresários brasileiros! Mas ele tem um grande inimigo. O Hospital do Amor tem um grande inimigo, que é a burocracia. A burocracia conspira contra um hospital do câncer generoso, bondoso, humanitário – conspira a burocracia. A burocracia judia dele.

Então, se ele não fosse tão corajoso e ousado, atrevido, como ele é, de chegar lá e fazer a obra e depois deixar a encrenca para o Governador resolver de qualquer jeito… Graças a Deus eu me apeguei lá com São Judas, que é o devoto dele, que é o santo da devoção. Falei: “Me proteja também”. E terminou que me protegeu, porque surgiu lá um maravilhoso promotor de justiça, o Dr. Charles, que deu uma arrumada na legalidade. Aquilo que parecia impossível o Dr. Charles legalizou. Eu respirei fundo, agradecido, até comi naquele dia mais que nos outros dias.

Então, é assim o rito do Hospital do Amor, é igual: em Rondônia, em Tocantins, que está saindo, lá em Rondônia em que já está pronto. Ele tem protocolos. O doente chega. Hoje, você vai numa consulta, o camarada, o médico já tem que falar assim: “Vou te encaminhar para fulano de tal, o neurologista”. Agora, o neurologista: “Vou te mandar para o gastro”. Vai mais 15 dias, 20 dias. “Agora, vou te mandar para o reumato.” “Agora, vou te mandar não sei para quem.” Você fica nesse pingue-pongue, para lá e para cá, o tempo vai passando e pede exame, pede exame.

Lá, não. Lá, o paciente chega, é rodeado dos especialistas. Numa sessão só, discute-se, um fala, o outro fala, o outro fala, o outro fala… O paciente sai já com todos os rumos tomados, exames pedidos de maneira colegiada. Isso economiza um tempo terrível. Nós todos, familiares, quem teve, quem tem, quem terá essa doença ficamos muito felizes por causa da velocidade do atendimento. E já, de imediato, o procedimento.

O Hospital de Rondônia surgiu assim. Hoje, atende o Acre inteiro, atende Bolívia, atende índio, tem até uma ala lá do fundo que é feita para os índios. Os índios são internados em rede, do jeitão que eles moram nas aldeias, lá também é assim, ele é customizado. Ele é customizado. Então, tem lá os índios, e ficam lá no fundo. Há uma ponta de floresta, e eles ficam lá na beira do mato. O hospital entra no mato para atender o índio. Ele não fica no meio do povão aqui na frente, não. Atendem lá no fundo, lá onde os bichos, as aves cantam, os calangos calangueiam. Nessas coisas todas realmente ele pensou.

E lá, os leilões, o dinheiro… Tem gente que nunca teve um parente com câncer que faz leilão no interior, e os leilões da minha cidade de Ariquemes, que rodam um bom dinheiro, que a gente vai mandando, os empresários ajudando. Então, esse é o assunto.

O diferencial maior do Dr. Henrique Prata é o seguinte… Eu comparo assim: o Sarah Kubitschek também é um grande hospital. Todo mundo… Também já foi operado de coluna aqui no Sarah. Não é? Eu tive um vaqueiro meu que também foi operado no Sarah. Do mesmo jeito, fez uma prótese de coxa femural.

Ali eles atendem o Ministro do STF, atendem o Seu Antônio, meu vaqueiro que já está bem idoso, do mesmo jeito. Então, a diferença do Hospital de Amor é que o Sarah recebe o orçamento cheio daqui do Congresso. Não sei qual o Presidente que falou: “Sabe de uma coisa? O Sarah vai receber um elemento orçamentário especial”. Já vai aquele dinheiro para o Sarah sem passar pelo Ministério da Saúde. Cai lá e ele executa. O Sarah paga bem, os médicos são de dedicação exclusiva, como o do Henrique, só que Henrique tem que ralar. O Henrique não tem essa generosidade de um orçamento cheio. Ora o Governador paga a cota dele, ora deixa de pagar. Tem que tirar dinheiro de um lugar para outro e vai nesse jogo todo.

O certo é o seguinte: há muitas fundações, há muitas santas-casas, há muitas coisas, mas esse hospital tem que ter uma canetada, ele tem que ter uma canetada! Uma canetada do Presidente da República. Ele tem que ter uma canetada: “Eu quero que seja assim!” Pelo menos 70% das despesas serão orçamentárias, diretas; para o resto, ele faz leilões, as festas, os festivais, enfim tudo. Tem que haver uma canetada! Porque todo mundo quer… O Senador Eduardo já conseguiu levar para lá, juntamente com o Governador do Tocantins, e não dá conta de levar para todo mundo.

Então, o que posso dizer a todos os senhores presentes e a todos os brasileiros que estão nos ouvindo é que realmente o Henrique vai bater na porta de todo mundo mesmo e quem não quiser ser aborrecido por ele que faça a doação logo. Tem que doar logo, senão ele chega. Então, doe logo até para ficar livre dele, porque, se não, ele vai lá mesmo, não tem essa de fazer cara fechada para ele, não, que ele vai. E só assim funciona.

O Henrique é o tipo de homem de quem o Brasil precisa, é o tipo de homem de quem o Brasil precisa. Ele é um político sem ser candidato, ele é um político sem ser eleito, ele é um político generoso, ele faz, ele põe a ideia na cabeça e executa de qualquer jeito; ele vai lá, dá um jeito e executa. É um “cara” – entre aspas –, desculpe-me pela palavra, que resolve. Não fica xeretando, conversando aqui e acolá, ele pega e vai. Esse é um homem, gente, é o que a gente precisa. Imaginem vocês 27 governadores – o ideal é que fossem nomeados, não é, Henrique? – e cinco mil e tantos prefeitos como o Henrique Prata. Se eles tivessem um décimo desses neurônios que ele tem, poderiam dar uma arrebentada neste País para melhor.

O Brasil fez 130 anos de República agora dia 15, são 130 anos de República que o Brasil comemorou agora dia 15 de novembro passado. E aí, resolveu o problema brasileiro? São 130 anos de República! Está faltando realmente gente com essa força, essa garra, essa gana, essa vontade de levantar o nosso País, de resolver essas imensas desigualdades, essas diferenças.

Quando, por infortúnio da vida, chega um parente nosso à Rede Hospital do Amor, você fala assim: “Só se não tiver jeito mesmo, se for uma coisa divina. Mas se estiver dentro dos padrões da medicina, será curado”. Então, essa homenagem que eu faço ao Hospital do Amor, dirigido pelo Dr. Henrique Prata, é verdadeira.

Eu falei de improviso, falei pedaços de discurso que chegaram à minha mente para retratar a verdade de tudo o que eu estou falando aqui, agora. Todos os brasileiros, os paulistas principalmente, os rondonienses, acrianos, tocantinenses e todos os demais são beneficiados por essa rede. Que a gente a louve sempre para que ela prospere e que a burocracia atrapalhe pouco.

São essas as minhas palavras. Boa sorte!

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Gomes. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – TO) – Agradecemos as palavras do Senador Confúcio.

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