Educação: – Será que posso acreditar?

Educação: – Será que posso acreditar?

A vontade que tenho é de parar. Deixar de malhar em ferro frio. Porque, olhando a situação atual e também a nossa história, dá uma imensa descrença.
Tanta gente boa e inteligente se bateram pela educação de qualidade. Tantos artigos escritos. Tantos discursos proferidos. Em vão. E não é de agora. Parece que a escravidão nos marcou também com ferro quente. O da ignorância e da miséria da maioria do povo brasileiro.

E vem de longe. E nada de bom acontece. Há lampejos aqui e ali na história, de gente que queria fazer a coisa acontecer. Que a educação de fato fosse direito de todos. Que fosse igualitária. E nada aconteceu até hoje.

O que é certo, todo governo sabe o que deve ser feito. O Ministério da Educação nada mais é do que um prédio na Esplanada em Brasília. Um aço. Que se perde em si mesmo. Como um imenso polvo de concreto e gente. Perdidos. Afundados. Dispneicos. Joga na lata do lixo tudo que Paulo Freire pregou. Que Anísio Teixeira tanto lutou. Que Mário de Andrade tanto queria. Que Cristovam Buarque se matou pela causa. Que Darci Ribeiro sonhou e foi utópico. E nada. Parece que a escravidão nos deixou com opacificação das vistas (cristalino).

Agora, ainda bem, que renasce uma nova geração de vereadores, deputados federais, estaduais e senadores querendo fazer tudo que os outros tentaram em vão. É um destrambelhamento geral. É uma porra louca geral. O mundo mostra que não há outro jeito. Só a educação pode ajudar efetivamente no desenvolvimento seguro.

As outras reformas deste país serão depois de prover o povo com o maná do conhecimento. Do básico. Do essencial. Ai! meu querido Anísio Teixeira, mil desculpas por seus planos não levados a sério. A você Darci, em enlevo com suas palestras e seus ideais. E agora, fico aqui, nesta encruzilhada, com Dorinha Seabra, Flávio Arns, Tábata Amaral e Felipe, Raul Henri a fazer tudo que já foi dito e cantado em prosa e verso.

Não deixa de ser um desencanto, vou pegar na mão da história e continuar. Acreditando que possa surgir uma onda vigorosa, ainda presa na goela do povo.

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