DOMINGUEIRAS (misturadas) 20 de março de 16

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Eu mesmo, como autor, já estava com saudades das DOMINGUEIRAS. Vou sempre mudando o ritmo das escritas. Hoje, vou misturar recadinhos com poemas. A poesia é o mais alto da literatura. 

 brasilamarelovermelho

1. Sem pressa, sem vírgula, sem ponto final. Sem briga, sem mágoa, sem dor, só amor, por favor (Clarice Lispector) poema enviado por Regina El Mafihi.

2.O Estado está precisando inovar. De várias maneiras. Uma delas são as parcerias pra valer. Para gerir presídios. Para gerir hospitais. Para gerir escolas. Para gerir as unidades de conservações, que apareçam, por favor, quem possa administrar para o Estado as unidades de conservações. Já foram saqueadas em grande parte. Ladrões entram nelas e rapinam bens do povo brasileiro e da humanidade. O Estado deve ser leve.

3, Sobre o verde, a peçonha, o verde fenece. Palha. A vida se despede e esquece.

4. Está aí na praça do Brasil o confronto posto. Os amarelos e os vermelhos. A democracia aflita, no grito, simplesmente, esperando que a Pátria Amada não sucumba e vire lixo e vire lata, E não vire nada. Pátria amada precisa de ressuscitar, no terceiro dia, no décimo dia, mas, a Pátria Amada precisa de rumo. Porque hoje, o rumo e o sentido estão se perdendo. Os amarelos e os vermelhos, estão se debatendo, simplesmente: – acorda! gigante adormecido em berço esplêndido

5. Carne sobre tarso e metatarso (de ana rosa ernesto, poetisa rondoniense)….Não encontro cura alguma/ Hoje vi a mulher que não é um saco de lixo/ Não é um saco de bosta/ Não um cachorro sarnento/ Era só uma mulher com duas feridas abertas nos pés/  lá dentro as larvas das moscas varejeiras faziam uma festa/ Comendo um prato chique……Enquanto ouço The Cure/ Desculpe-me estragar sua noite com essas palavras toscas sobre uma mulher velha/ Que não tinha nome/ Que não tinha casa/Que não tinha dinheiro/Que tinha dor e febre e não conseguia se levantar com os ligamentos carcomidos/ Enquanto o dono da loja a expulsava do passeio público…..Ainda não tocava The Cure/ Era manhã e eu ia para o trabalho e tropecei num pedido debaixo dos papelões/ Não havia táxi/ Não havia ambulância/Não havia nação/Não havia serviço que servisse/ Porque era uma mulhaer ampulada e precisando de amputação……Se fosse uma saco de lixo/ Se fosse um saco de bosta/ Se fosse um cão sarnento/Mas era só uma mulher invisível, cheirando mal e morrendo”.

 7. (Poema de Fabrício Carpinejar)  – Minha parte feliz não era fiel/ Estou conspirando sem me dar conta/ Na conversa do trem, ao telefone/ no bar, escrevendo/ Num canto da rua, existe alguém sob suspeita/ Do outro, à esquerda/ Sobram enganos para incinerar o que me cerca

 6. Eu já vi milhares de escândalos no Brasil, grandes e graves, o povo se comoveu e se agitou. Passaram. Agora, mais um. Grande e que revolta a todos. Mais um. Desta vez parece que o Brasil pegará um rumo certo. Parece. Pode-se até exterminar todos os governadores,  prefeitos, vereadores, deputados e senadores do Brasil. A Presidente. Mas, ficará o povo. Como está e como ficará,  só o tempo dirá, talvez, do mesmo jeito. Porque o povo elegerá outros, tantos iguais aos atuais. Porque o povo se expressa nos seus representantes. Só há uma saída: deixem os velhos, adultos e jovens maduros como estão. E cuide dos meninos, dos que irão nascer sem microcefalia e eduquem a todos com esmero. Aí sim, com 20 anos à frente e mais à frente teremos um país melhor. Sem educação de verdade, não haverá Pátria Amada que se sustente.

 8. Enquanto tudo acontece ou pode acontecer em Rondônia do futuro, o que nos cabe agora é produzir ainda mais. Produzir aquilo que podemos produzir e muito. Café clonal, o Ouro Preto, Cacau que vale ouro. Peixe que é proteína e o mundo precisa. Plantar floresta. Deixar de vender cassiterita como cascalho, industrializar por aqui. Nem madeira em prancha. Nem soja em grãos. Mas, sim, produtos acabados. Não é bom negócio vender um navio de cascalho precioso em troca de um conteiner de  celulares. 

9. Costa Concórdia  – o navio vivo e morto/ navega sobre um plano/ Enquanto se aproxima/ o escuro do destino chega/ Nem a bússola previu, nem GPS/ O leme fraquejou na covardia/ Tudo virou fundo do mar/Comandante! Onde estás comandante! / Único anjo mau que ainda vive.

10. Onde iremos parar? Onde iremos parar? Não sei. Ninguém sabe. Nem jornalista, nem santo, nem padre. Mas, onde iremos parar, meu Deus do céu. Iremos parar onde merecemos, com mil forças que puxam pra baixo, somente, os nossos bons pensamentos, as nossas ações concretas, rezas e orações, poderão puxar pra cima. E daí sairá uma resultante ainda imprevisível. 

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