Discurso para um Brasil ajuizado

Discurso para um Brasil ajuizado

SENADOR CONFÚCIO MOURA (MDB/RO)
182ª Sessão Não Deliberativa da 1ª Sessão Legislativa Ordinária da 56ª Legislatura
Plenário do Senado Federal
30/09/2019

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO. Para discursar.) – Hoje, aqui, ao meu discurso eu dei um nome. Eu o chamei de discurso para um Brasil ajuizado – discurso para um Brasil ajuizado. O que nós estamos precisando mesmo é de um Brasil que tenha juízo. E, para falar aqui, Presidente Kajuru, de juízo, a gente precisa falar na palavra amor, a gente precisa falar na palavra generosidade. São palavras necessárias para o Brasil, palavras que cultuam a paz, palavras da pregação da não violência. É dessa cultura importantíssima que o Brasil está precisando. É muito importante essa cultura da paz, com palavras e expressões que possam transmitir uma certa onda boa de pacificação, de tolerância, de aceitação.

Essas balas perdidas que têm matado crianças Brasil afora têm ofendido muito as famílias brasileiras, o povo brasileiro. Morreu uma criancinha de 6, 7 anos, na escola, outra de 10 anos e outro de 11 anos. Outro dia, um menino ia ao jogo para treinar, estava com a chuteira dentro da bolsa e recebeu um tiro ao lado do avô. Morreu o menino de 14, 16 anos, que ia para o campo futebol.

Então, isso tudo têm-se somado. Semana a semana vai acumulando, vai acumulando essa situação que agrava muito a confiança do povo brasileiro nas instituições. A gente fica muito pensativo: se eu não posso confiar na polícia, se eu não posso confiar na Justiça, se eu não posso confiar nisso ou naquilo, em quem que eu vou confiar?

Então, o meu discurso é esse. Realmente é um discurso para um Brasil ajuizado, que a gente precisa ter. Essas palavras de ódio, de radicalização, de divisão do País entre o PT, por um lado, e a direita, para o outro, jogando o povo brasileiro um contra o outro nas ruas. Não se pode falar em um, que o outro já rebate. Não pode sair uma passeata de um, que o outro já estigmatiza. Então, esse confronto de rua, esse confronto de ideias, esse confronto de pensamento não vai ajudar o Brasil. Não vai ajudar o Brasil.

E, na realidade, isso tudo vem e nos remete a um drama histórico brasileiro, isso nos remete a uma tradição da cultura brasileira, da escravidão das pessoas, do escravo, daquele que obedece, daquele que faz o serviço difícil, daquele que carrega lata d’água na cabeça, daquele que faz os serviços complicados, penosos, sem hora, daquele que não pode entrar na casa do senhor, na casa grande e senzala. Então, esse Brasil preconceituoso, esse Brasil racista, realmente a gente não pode continuar sendo assim.

Agora, Sr. Presidente, tudo deve ser diferente. Nós não precisamos mais desses radicalismos, de maneira nenhuma, porque não vai levar… Nós temos que agora, pelo menos aqui, no Senado, ali na Câmara, nas câmaras de vereadores, nas assembleias legislativas, nas entidades sindicais, nós não precisamos do radicalismo. Nós temos que buscar agora, e mesmo com as diferenças naturais de opinião, nós devemos procurar o consenso, procurar o encontro de soluções para um Brasil afundado, porque na realidade nós somos brasileiros e eu estou aqui na condição de um Senador.

Eu não posso falar aqui, abertamente, que o Brasil é um dos piores países do mundo. Eu não vou falar isso de maneira nenhuma, mas dizer que a gente está afundado numa crise… Nós estamos, mas nós temos condição de sair dela, nós temos condições de sair dessa crise persistente que vem de muitos anos, que se agravou de 2013 para cá.

Esses últimos sete anos têm sido anos tormentosos para o povo brasileiro, para o comerciante. Você pode andar em qualquer rua de Goiânia, pode andar em qualquer rua de qualquer cidade brasileira que você encontra na Rua 4, em Goiânia, que é a área comercial, aqui e acolá, casas fechadas, lojas fechadas.

Quando o senhor vir uma loja fechada, isso está mostrando que a economia não vai bem, que aquela pessoa não está dando conta de pagar a energia, o aluguel, que aquelas pessoas não estão dando conta de pagar a folha de salário dos seus funcionários, estão vendendo pouco. Então, é como V. Exa. falou aqui antes: como é que pode, vender para quem? Foi o Paim que falou: vender para quem, se não tem consumidor? Então, é isso que nós temos que fazer, é esse trabalho.

Agora, nós temos aqui dois jovens meninos, jovens Presidentes da Câmara e do Senado. O Davi Alcolumbre tem 41, 42 anos; ali, o menino Rodrigo Maia deve ter 46 anos, 45 anos, 47 anos, por aí. Muito jovens Parlamentares e Presidentes de duas Casas importantíssimas, que poderão fazer aqui o que acaba de falar o Fernando Bezerra, mostrando que, se tudo correr bem, o Brasil pode efetivamente fazer o pacto federativo e deixar nossos Municípios mais bem de vida, porque, lá no Município pequeno, médio ou grande, é que acontecem as necessidades visíveis. O Vereador, o Prefeito, de quem todo mundo sabe o endereço, o pessoal vai bater nas suas portas para marcar consulta, para arrumar um remédio caro. Na casa do Prefeito, dormem na porta, para acordar o Prefeito cedinho e para falar: “Olha, Prefeito, eu preciso desse remédio, preciso de uma passagem para levar fulano para tal lugar, para tal cidade, onde possa ser bem tratado”.

Então, esses Prefeitos precisam sair dessa pindaíba horrorosa que existe. Está na mão dos dois Presidentes fazer um trabalho lindo, pegar essas propostas que existem por aí afora, tanto propostas de emendas à Constituição, quanto reformas que têm que tramitar, quanto leis infraconstitucionais fáceis de serem votadas, desalojar das gavetas, colocar no Plenário para serem votadas e transformar isso tudo em coisa prática para o povo brasileiro, desconcentrando essa parte.

Como se diz aí, sempre se fala, e o Izalci não gosta que se fale isso, que é “menos Brasília e mais Brasil”. Ele fala: “Mas Brasília não tem nada a ver com isso, cara; Brasília hospeda a República, hospeda os Poderes, Brasília é uma cidade. Menos Brasília por quê? Tem que ser mais Brasília!” O Izalci não gosta dessas conversas nossas aqui.

Mas o Fernando Bezerra acabou de dizer aqui para a gente sobre ideais rápidos que a gente precisa postular, e eu confio muito na juventude. Eu confio muito na força revolucionária e insurgente de um Davi e de um Rodrigo Maia. Os nossos destinos passam em grande parte por eles, mas não é só por eles. E o Estado brasileiro já mostrou, Styvenson, que ele não dá conta de sair da crise sozinho; não dá conta. É preciso a participação de todos.

Mas falam: como é que as pessoas podem participar para o Brasil melhorar? Pode participar com as menores ações, as menores ações de uma família são importantes. Por exemplo, olhar se o menino está indo para a escola, olhar se o menino está estudando direitinho, acompanhar o filho. Só esse gesto já é um gesto de ajudar o Brasil, é um gesto para melhorar a qualidade da educação das famílias, os pais, as mães, guerreiras e guerreiros, contribuir com o nosso País…

O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA – GO) – Senador, rapidinho, permita-me agradecer a presença dos alunos do Colégio Militar de Porto Alegre, a capital gaúcha, do Senador Paulo Paim.

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO) – Opa, pessoal bonito!

O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA – GO) – Muito obrigado pela presença de vossas senhorias. Espero que a TV Senado os mostre.

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO) – Maravilhoso!

Bem-vindos, meninos maravilhosos!

É a escola militar.

O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA – GO) – Uma pena porque eu não enxergo, gostaria de vê-los, porque toda gaúcha é bonita, não, Senador Confúcio?

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO) – E são mesmo. São maravilhosas!

O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA – GO) – Desculpem.

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO) – Exatamente. Está aí, Paim, está aí o seu povo. Está aí o seu povo, Paim. Importantíssimo, não é?

Pois é.

Mas muito bem.

Então, eu estava falando aqui, meu Presidente Kajuru, sobre como o povo pode ajudar. As entidades; as igrejas, todas elas; os sindicatos; as associações rurais, urbanas; os bancos cooperativos, os bancos comerciais, todo o povo pode contribuir para a melhoria do nosso País.

Eu fico olhando também, assim, que a concentração da riqueza… A riqueza está concentrada em poucas mãos no mundo. É dinheiro demais na mão de poucos. Falta dinheiro para uns e sobra dinheiro para outros nos mercados financeiros, e esses mercados financeiros são desalmados. Eles não se preocupam com a fome na África, com a miséria no Brasil, com a exclusão de determinados países asiáticos, nada disso. Preferem soltar foguetes, prospectar Marte, ir além da Lua, ir ao fim do universo, mas esquecem a repartição solidária que deve existir entre o povo do mundo inteiro.

Ainda agora a gente está vendo também, Sr. Presidente, como são tratados os refugiados no mundo. Nós estamos recebendo aqui agora os venezuelanos, assim, jogados, sem apoio. E eu digo para V. Exa., Presidente Kajuru: o que seria do Brasil se não fossem os italianos que vieram no começo do século XX, um pouco antes, um pouco depois, para os cafezais? E esse sangue europeu, misturado com o nosso, está lá em São Paulo, em bairros do Bexiga, nos restaurantes, em toda a cultura italiana aqui com a gente. Eles ajudaram o Brasil.

Os japoneses vieram escorraçados da miséria, da fome em seu país em determinada época. Estão aqui essas famílias japonesas, os seus descendentes, ajudando o povo brasileiro.

Estão aqui os alemães, que encheram o sul do País, por causa do clima mais temperado, enriquecendo a arquitetura, a cultura, o trabalho produtivo, enfim, trazendo essa mistura de povos do mundo inteiro a nosso País.

Estão aqui os libaneses, os judeus, também trabalhando no comércio ativo de São Paulo, em todos os cantos do País estão eles. E são muitas as origens de povos mundiais por aqui – e os recebemos bem. Graças a Deus eles estão aqui com a gente, fazendo parte da nossa população brasileira.

Nós não podemos… E o mundo escorraçando hoje os refugiados, empobrecidos, correndo de guerras, correndo da miséria, correndo das bombas, correndo da fome, e chegam a um país da Europa e estão fechadas portas. Chegam acolá, não podem entrar. Chegam ali, na fronteira do México, pior ainda, e assim está rolando essa humanidade.

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO) – Exatamente. Está aí, Paim, está aí o seu povo. Está aí o seu povo, Paim. Importantíssimo, não é?

Pois é.

Mas muito bem.

Então, eu estava falando aqui, meu Presidente Kajuru, sobre como o povo pode ajudar. As entidades, a igreja, as igrejas, todas elas, as igrejas, as entidades, os sindicatos, as associações rurais, urbanas, os bancos cooperativos, os bancos comerciais, todo o povo pode contribuir para a melhoria do nosso País.

Eu fico olhando também, assim, que a concentração da riqueza… A riqueza está concentrada em poucas mãos no mundo. É dinheiro demais na mão de poucos. Falta dinheiro para uns e sobra dinheiro para outros nos mercados financeiros e esses mercados financeiros são desalmados. Eles não se preocupam com a fome na África, com a miséria no Brasil, com a exclusão de determinados países asiáticos, nada disso. Preferem soltar foguetes, prospectar Marte, irem além da Lua, irem ao fim do universo, mas esquecem a repartição solidária que deve existir entre o povo do mundo inteiro.

Ainda agora a gente está vendo também, Sr. Presidente, como são tratados os refugiados no mundo. Nós estamos recebendo aqui agora os venezuelanos e, assim, jogados, sem apoio. E eu digo para V. Exa., Presidente Kajuru: o que seria do Brasil se não fossem os italianos, que vieram na época, no começo do século XX, um pouco antes, um pouco depois, para os cafezais? E esse sangue europeu, misturado com o nosso, está lá, em São Paulo, bairros do Bexiga, estão os restaurantes, está toda a cultura italiana aqui com a gente, ajudaram o Brasil. Estão os japoneses, que vieram escorraçados da miséria, da fome em seu país em determinada época.

Estão aqui essas famílias japonesas, os seus descendentes, ajudando o povo brasileiro. Estão aqui os alemães, que encheram o sul do País, por causa do clima mais temperado, enriquecendo a arquitetura, a cultura, o trabalho, produtivo, enfim, trazendo essa mistura de povos do mundo inteiro a nosso País. Estão aqui os libaneses, os judeus, também trabalhando no comércio ativo de São Paulo, em todos os cantos do País estão eles. E são muitas as origens de povos mundiais por aqui e os recebemos bem. Graças a Deus eles estão aqui com a gente, fazendo parte da nossa população brasileira.

Nós não podemos… E o mundo escorraçando hoje os refugiados empobrecidos, correndo de guerras, correndo da miséria, correndo das bombas, correndo da fome e chegam num país da Europa e estão fechadas portas. Chegam acolá, não podem entrar. Chegam ali, na fronteira do México, pior ainda e assim está rolando essa humanidade. Quando se diz globalização, a globalização significa a globalização de capital, a globalização de pessoas, a globalização

Quando se diz globalização, a globalização significa globalização de capital, a globalização de pessoas, a globalização de costumes, a mistura do mundo com o mundo, nas aldeias mundiais, todas recebendo uns aos outros com humanidade.

Assim nós vamos andando, olhando o Brasil, tão citado por Euclides da Cunha, que, cuidadosamente, descreveu a Revolução de Canudos em seus livros, como Os Sertões, mostrando que o sertanejo é, antes de tudo, um forte. Ele foi apregoando essa força da brasilidade, da menor do País, do sertanejo de Canudos. E assim foi falando. E não parou só em Euclides da Cunha.

Depois, o próprio Nelson Rodrigues, seu colega de jornalismo, que tanta gostosura produziu na literatura, nas suas crônicas, nos seus comentários esportivos, falava: “Cabral descobriu o Brasil, mas Garrincha, Pelé, Zagallo, Gilmar e outros redescobriram o Brasil”. Mas foram além disso: Pelé e outros reinventaram o Brasil. Isso é fantástico! Isso é coisa de Nelson Rodrigues.

O Mangabeira Unger, um brasileiro que vive nos Estados Unidos, fala que o Brasil tem um potencial incrível nas pequenas iniciativas empreendedoras. “Dê a essas pessoas a oportunidade de crescimento que o Brasil será grande”. Mangabeira apregoa essa profecia. Ele não fala como Jesus Cristo, porque essa comparação é muito, mas ele fala com parábolas. Para ler Mangabeira, você tem que pegar trechos e pensar no que esse homem está pensando, tal é a sua capacidade.

Darcy Ribeiro foi aqui Senador no passado. Quando eu era Deputado, Darcy era Senador, na década de 90. Darcy escreveu muitos livros. Além de antropólogo, ele escreveu sobre a mestiçagem brasileira. Nós somos mestiços, Kajuru. Nós somos tudo: nós somos negros, nós somos índios, nós somos europeus, nós somos todo mundo. Nós somos mestiços.

É interessante o que é muito bem descrito por Darcy Ribeiro. Não dá aqui para a gente ter preconceito contra negro, não dá para a gente escorraçar o índio, nunca, jamais, porque nós somos… Entra, vai à Embrapa ou a outro laboratório de genética humana e pesquisa nossos cromossomos, nossos genes. Você vai ficar horrorizado com o tanto de gente que há dentro de você, o tanto de raça que há dentro de você. Como nós podemos agora, aqui, levantar contra o índio? Como nós podemos falar contra o negro? De maneira… Nem contra o branco, nem contra quem quer que seja, porque nós somos a mistura de tudo. É o povo brasileiro.

O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB – RO) – Só mais um minutinho para eu conseguir terminar aqui, Sr. Presidente.

Nós temos de ler. Quem não pode ler, pelo menos tem de acreditar nas minhas palavras.

Por exemplo, os pernambucanos nos brindaram com Gilberto Freyre, que escreveu tanto sobre a sociologia do Nordeste, da discriminação, dos canaviais, do patrão, do empregado, no Casa-Grande & Senzala. Caio Prado Júnior, nas décadas de 30 e 40, escreveu muito sobre essas questões brasileiras. Nelson Werneck Sodré e Hélio Jaguaribe, mais recentemente, há uns vinte e poucos anos ou mais um pouco, descreveram tudo isso muito bem. Celso Furtado foi profundo, profundo demais. Eu ainda tive a glória de assistir a Celso Furtado palestrando na Câmara dos Deputados, já bem velhinho, enfraquecido, mas vibrante. Um privilégio. Eu vi e ouvi Celso Furtado falar. Ouvi Celso Furtado defender suas teses latinas, que ele estudou muito no Chile. Junto com José Serra e outros exilados, ele produziu um trabalho maravilhoso.

Sr. Presidente, para encerrar, não bastam os slogans. O Presidente Temer tinha como slogan “Ordem e Progresso”. O do Presidente Bolsonaro é “Pátria Amada Brasil”. Os dois slogans são maravilhosos: “Ordem e Progresso” e “Pátria Amada Brasil”. Agora, precisamos, de fato, que a ordem e o progresso aconteçam e que a Pátria amada Brasil também seja revigorada.

Então, Sr. Presidente, eu fico muito satisfeito… E eu dei um nome para meu discurso de hoje, Senadora Selma. Meu discurso se chama “Discurso para um Brasil ajuizado”.

(Risos.)

Nós precisamos de juízo para tocar o nosso País.

Muito obrigado.

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