DANÇANDO NA CHUVA

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O tempo estava bom. Apenas, garôa fina. O tempo cinza, meio travado de nuvens e mesmo assim, encaramos a rua. Os companheiros de sempre, liderados pelo Professor José Roberto Specht. Não tardou a chuva pegar pesado. E veio. E na animação da conversa na madrugada, cinco horas, ninguém deu bola. Valdejane de aniversário, quarenta anos, ansiosa pela preparação da sua festcaminhadachuvaa com filhos e parentes. Ensopou-se. Vocês bem sabem o que significa para uma mulher – em festa, molhar os cabelos. 

Como no filma Dançando na Chuva, sem dança, sentimos o mesmo prazer. Andar sob chuva fria, sem perceber nada, a não ser o de andar e uma conversa alegre, com risos e brincadeiras. Abre-se a porta do dia com uma perspectiva de ter jogado pra fora o estresse costumeiro. Numa caminhada em grupo, nem imaginam vocês o volume de assuntos que são abordados, muita coisa. Tem alguns que posso falar aqui. Outros de jeito nenhum. 

Como o Specht é professor sempre joga o assunto para a educação. O tema citado na prosa foi sobre a academia do professor. Ele não se conforma que a PM faz curso de cabo. Depois o cabo é promovido a sargento. Na educação não tem curso nenhum que promova o professor. E continuou – um  agente penitenciário faz um curso em regime de academia por vários meses, depois entra no trabalho preparado. O professor não. Faz o concurso e quando convocado é jogado numa sala de aula sem nenhum preparo prévio para encarar a complexidade de uma sala.  caminhadaemgrupo

E papo foi andando, sobre a formação de militares, a ordem unida, o corre-corre com sol a quarenta graus. As meninas queimam a pele. E tem algumas que chegam à noite com dor de cabeça. E corpo moído. A menstruação e a cólica. O tenente não quer nem saber. Eu me lembro bem de tudo isto quando fui recruta e depois aluno da escola de sargento. É isto mesmo. Para enquadrar o camarada, que chega bruto ao quartel, ele tem que receber um choque de disciplina e ordem. Para conhecer a dureza da vida militar. 

Alguém puxou um assunto que viu na TV. Que o sexo, quanto mais se faz, mais se vive. Que o prazer sexual libera um mundo de “felicidades” para o casal. E além de acalmar, a pessoa sorri mais, fica mais leve e mais sadio. Eu pensei comigo, “estou precisando de uma boa dose de sangue novo nas minhas veias”. Estou me preparando para corridas de rua. Tudo bem, dá para ir bem numa intercalada de 20 minutos e 3 de caminhada. Hoje, senti um estirão na panturrilha caminhada. Tive que parar na hora. E agora, alguns dias no gelo, no supositório e caminhadas mansas. Também pudera! quem mandou um velho de 67 anos se meter nas corridas?

E de conversa em conversa chegamos ao fim da caminhada sob um belo temporal manso, sem trovão e sem relâmpagos. Isto tudo aconteceu no dia 14 de março deste ano, em Porto Velho. 

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