Coronavírus: dois senadores querem fechar gabinetes e trabalhar de casa

Coronavírus: dois senadores querem fechar gabinetes e trabalhar de casa

Confúcio Moura (MDB-RO) e Marcos Rogério (DEM-RO) já comunicaram a decisão ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Eles só voltarão atrás caso sejam instruídos pelo Senado

Dois senadores anunciaram nesta quinta-feira (12/3) que pretendem fechar os seus gabinetes no Congresso e seguir trabalhando de casa, como medida de segurança em razão da proliferação do novo coronavírus. Confúcio Moura (MDB-RO) e Marcos Rogério (DEM-RO), cujos gabinetes estão no Anexo 2 do Senado, combinaram de deixar apenas uma pessoa nos escritórios e exercerem suas tarefas parlamentares à distância.

“Nós vamos trabalhar em casa. Nós vamos montar um grupo de WhatsApp. O chefe de gabinete vai coordenar todo o trabalho. Nós temos hoje os sistemas. Não vamos aglomerar mais gente dentro do Senado. Tramita dentro da Câmara e Senado uma quantidade de gente incalculável. É muito grande. Eu acho que, com todas as medidas que nós tomarmos, grandes, pequenas, minúsculas, maiúsculas, para conseguirmos segurar esse vírus aqui no Brasil – porque a gente não conhece o comportamento dele no clima dos trópicos –, estaremos, assim, contribuindo”, explicou Confúcio.
Ele garante que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e a Diretoria-Geral da Casa foram comunicados sobre isso. De acordo com Confúcio, “salvo outra decisão da Mesa, nós voltaremos atrás”.
“Mas, enquanto isso, vamos montar o home service e vamos trabalhar à distância. Nós queremos, também, colaborar, porque aqui no Senado houve uns dias tensos. Na Câmara, nos dias de Congresso, é gente demais. Para entrar ali, na Câmara dos Deputados, nos dias de debates, de votação no Congresso, é difícil. Você tem que ir pedindo ao pessoal para abrir trechos para você passar. Então, é uma sugestão minha”, argumentou o emedebista.
Devido à pandemia da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, Confúcio acredita que este é o momento de o Senado começar a implementar sistemas mais tecnológicos para as votações em plenário, que permitam, por exemplo, que os parlamentares votem mesmo de fora do Congresso. Isso evitaria, na avaliação do senador, a aglomeração de pessoas, o que contribui para a transmissão do vírus.
“Podemos votar de casa, podemos vir a Brasília e votar de casa! A gente pode, através de sistemas inteligentes. Você mostra o seu rosto lá, se identifica, e pode fazer uma votação, sem precisar da aglomeração, para o tempo de controle da doença. Então, são sugestões que são inteligentes, rápidas decisões, para que a gente possa fazer a nossa parte aqui no Senado”, afirmou.
Marcos Rogério frisou que “há muitas pessoas brincando, achando que isso é algo de menor importância, achando que isso é algo de menor impacto, fazendo gozação, chocarrice, em cima de algo que está vitimando pessoas mundo afora e que chegou ao Brasil”. Ele alertou sobre o fato de o brasileiro ser “muito dado ao contato”.
“Tem hora que chega a ser não muito higiênico dada a proximidade com que as pessoas falam no Brasil. O abraço é algo muito comum no Brasil e, em situações como essa, a recomendação que se tem por parte das autoridades sanitárias, os infectologistas, enfim, quem lida com o problema e sabe como lidar com ele é justamente essas cautelas. Primeiro de cunho pessoal. É preciso mudar, é preciso mudar o comportamento. É preciso mudar a conduta”, destacou o senador.

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