Para o parlamentar, o caso de Cambé é mais um de uma série de incidentes violentos ocorridos no ambiente escolar e que isso compromete a crença no papel transformador da educação
Mais ume vez ocupando a tribuna do Senado Federal no dia de ontem, 20, o senador Confúcio Moura chamou a atenção para atentado a tiros que ocorreu na segunda feira, 19, em uma escola do município de Cambé, no estado do Paraná. Na ocasião, um dos alunos baleado morreu e o outro ficou gravemente ferido, vindo à óbito no dia seguinte.
Para o senador, o ocorrido em Cambé não pode ser considerado um fato isolado, nem um acaso. “Isso vem acontecendo com um certo ritmo e frequência. Isso preocupa os pais, preocupa todo mundo. A gente fica aflito, sem saber o que fazer. Mas, eu anotei, dias atrás, que tem um psiquiatra no estado do Ceará, Dr. Adalberto, que preconiza o uso de rodas terapêuticas, para conter a violência nas escolas. Sugiro que as escolas sigam o método do Dr. Adalberto, que são as rodas terapêuticas. Sentar todo mundo, na escola. Sentar professores, colocar alunos, ouvir os alunos também. Ouvir pais, ouvir o entorno da escola”, afirmou o senador.
Segundo o senador, as escolas não são ilhas e os alunos interagem com o entorno, com a complexidade do coletivo que as cerca. “É uma conversa em que a gente descarrega os nossos pensamentos e dali pode sair alguma coisa prática e factível, porque cada escola é diferente da outra escola. Então, é fundamental que a gente faça essas rodas terapêuticas, no sentido de captar, mais ou menos, os sentimentos que estão dentro das pessoas. Se fizermos isso, não será preciso um especialista sair, peregrinando pelo Brasil, para dizer como é que deve ser a segurança dentro da escola ou no seu entorno”, acredita o parlamentar.
Além disso, Confúcio Moura defendeu o uso da cultura da paz na rotina escolar, de forma contínua e intensiva. “Já falamos aqui sobre a cultura da paz nas escolas. Sobre isso tem muito livro publicado. Isso deve ser ensinado na escola, sobre a cultura da paz, a importância da paz. Isso é fundamental! O combate ao bullying No evento de ontem mesmo, o atirador falou que sofreu bullying naquela escola e estava se vingando do que sofreu anos atrás. Veja bem: depois de 21 anos, o sujeito foi descarregar uma arma, porque sofreu bullying em certo momento na escola”, afirmou o senador.
Na avaliação do senador rondoniense, o bullying é um dos causadores da violência, talvez o mais contundente. “O bullying é um causador da violência e devemos, na medida do possível, combater essas práticas através dos diretores de escola, coordenadores, psicólogos, assistentes sociais, família. E, também, nas escolas, colocar a base de mediação de conflitos. A mediação dos conflitos pode ser como se fosse assim um pequeno grupo entre professores, alunos e pais para fazer orientações e julgamentos convenientes nas escolas, antes que as mortes ou atentados aconteçam. Isso é muito importante” sugeriu Confúcio Moura.
Para ele, a solução não é colocar câmeras, policiais ou a simples expulsão dos mais exaltados, mas construir um ambiente de paz permanente, como se isso fosse parte integrante da escola. “A preparação continuada dos professores, também para isso. Os professores não estão, habitualmente, preparados para combater a violência. Mas, de agora para frente, com esse cenário que está se descortinando no Brasil, os professores devem ser informados também, para que eles possam fazer as ações preventivas, as orientações em sala de aula, detectarem o iminente conflito, provável. São essas coisas que devemos trabalhar para combater a violência nas escolas brasileiras”, concluiu o senador.
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