CIDADES: é preciso entendê-las

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Qual é o filho de Deus que consegue entender uma cidade?

Se bem pensar a gente não entende, com precisão, o que se tem dentro de casa,  quanto mais uma cidade? Mas, as cidades tem entendimentos comuns. Ela tem sentimentos, emoções, que podem subir ou podem descer. A cidade gira, como gira uma roda gigante.  A gente precisa sentar a cidade no divã do psicólogo, para ela contar as suas mágoas. Porque muitas vezes a cidade precisa de uma análise bem profunda para se curar da depressão e da falta de alegria.

boibumbá

 

Quem se atreve a governar uma cidade  deve mergulhar em suas veias e segredos. E construir a sua média de necessidades. E a cada dia surpreender o morador. E trabalhar nela, sem que perceba, a sua lenta educação coletiva. Porque o que é a cidade? Senão a soma de casas, moradores e visitantes? E cabe a quem a governe, gradualmente, ensinar o morador a viver nela, porque é uma espaço de todos. E este “surpreender” nada mais é do que quebrar a sua monotonia.  Colocar alternativas em todos os seus espaços disponíveis e promover, por mais humilde e pobre que seja, uma coisa nova, que chame atenção. Porque de tanto ir e vir pelo mesmo lugar, o cidadão passa a nada ver e nem perceber. A não ser a paisagem de sempre. 

Somos cargas de  lembranças e saudades. Nós precisamos sentir saudade da nossa cidade. De suas coisas boas, lugares, ruas, quadras, praças, parques, dos nossos amores, dos segredos.  A gente não pode carregar o povo de muita tensão e amargura, pocidade felizrque este mesmo morador que ama pode odiar, desdizer, deprimir-se e até chegar a dizer: esta cidade não tem jeito. 

Há necessidade de se criar o conceito da cidade. O conceito do centro e dos bairros . Uma onda boa. As cidades têm cheiros, tem gostos, tem árvores e pássaros, tem feiras, tem montes de melancia, banana, abacaxi. As cidades tem os seus coloridos próprios. Tem as comidas caseiras tão especiais. Cada cidade tem o seu movimento de rotação e translação e a sua crença deve ser pesquisada e criada. Ou seja, reinventada.

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