não repare o meu texto. ele hoje está desobediente. de propósito. sem regras de maiúscula e minúscula. eu já tenho por formação uma vontade imensa de transgredir. de escrever fluentemente, o que me vem à cabeça. sobre qualquer coisa sem corrigir nada. hoje, o tema é a economia real. a economia da rua. economia da...
Categoria: Poemas e Crônicas
sol
o sol enquanto ele a pino a pela em nuvem clara borda margem do céu trava o portão à frente tolhe a tua liberdade e o limite estreito entre o olhar e o pensamento. Ariquemes, 15 de novembro de 2018
ilusão
estou aqui. de não sendo passo a ser dei vida a pedra não o movimento se tu és rio conforma-te com o leito a curva, a métrica a ilusão que te sustenta palma da tua bandeira rocha em joia rara a carne a imagem no espelho. (dezembro de 2018)
Meu caro leitor
meu caro nada impossível minha escrita em prosa rara Eu digo que existo ela não: a vida um brilho de estrela que passa um raio que cai, vai embora, sem hora a fisionomia some na escuridão como as conversas na casa o ato de engravidar cada ser se autogoverna.
O homem do buraco
Tomei um susto. Ali por perto do novo necrotério. Fiquei olhando para a obra, que é linda, contrasta cores, o vermelho se exalta. Longe a neblina sobre o Rio Branco. E a cidade beiçando o rio. Dei uma parada, para fitar o nada, encostei por ali, bem cedo, ainda sol escondido. E ouvi umas pancadas...
A turma das madrugadas
Eu saí, hoje, sábado (dia 15 de dezembro de 2018), bem cedinho, chovia fino, céu mormaçado, nuvens baixas, dizendo – “vem mais chuva daqui a pouco”. As ruas vazias. Pus o pé no asfalto molhado e pensei na minha turma. Quase de malucos. Há trinta anos, quatro da manhã, ponto marcado, perto da rodoviária, descíamos...
Alice: histórias e surpresas
Dia 6 de dezembro, eu estava em Porto Velho. A Cida me ligou: – Confúcio, vem, está na hora. Eu indaguei: hora de quê? – A despedida da Alice. – Eu falei, Cida estou em Porto Velho, não sabia de nada. – Todo mundo tá aqui, sem você, como fica? -Falei: faça a festa. Todo...
Vida verde (poesia)
Vida! Vi. Vidas Tá frio aqui Choveu a noite inteira Pernas e braços me aquecendo Eu gosto Pedra polida Acho que sim ou não? Descolo a língua de tanto falar Ninguém me escuta A sujeira no pátio Na alma Deus me livre! Só É não fazer A lei ampara não fazer A lei ampara ficar...
As levezas e durezas dos seres
Vamos comer “sonhos” da Dirlei. Recheios – doce de leite, goiabada, creme, brigadeiro. Daqui de Ariquemes, sinto gosto e cheiro deles. Longe estão, em Chupinguaia (RO). Feitos nas madrugadas e entregues durante o dia. O barco subiu o rio Mamoré/Guaporé. Novamente. O nome é grande: Unidade de Saúde Fluvial Walter Bártolo. A décima segunda viagem. Hoje,...
Eu descanso (poema)
Eu descanso: quando me deixo levar pelo olhar no horizonte nebuloso Eu descanso: olhando de cima os cortes na serra dos pakaás novos onde bichos nobres e raros preferem viver Eu descanso: quando beijo efusivamente imaginando o prazer do macaco aranha na loca da pedra luminosa Eu descanso ouvindo a chuva fina no...