Cada brasileiro é a mão que tortura e o corpo torturado

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Cada brasileiro é a mão que tortura e o corpo torturado (Darci Ribeiro).

O sistema penal brasileiro tem estreita relação com a nossa formação histórica: o escravismo. A punição pelo patrão ou dono do escravo, que tinha por ele direito de açoitá-lo. E vem assim ao longo do tempo, mesmo com todo avanço depois da abolição dos escravos. Agora, o patrão é o Estado. Prepondera a punição para os segmentos mais pobres e para os negros.cadeia

A culpa não sendo suficiente para corrigir é bastante para perverter. Privar o infrator da liberdade é a punição por crime cometido. E assim feito o infrator deve sair do meio da sociedade para durante o período da pena, seja ressociliazado, recuperado, qualificado e arrependido do seu feito criminoso. Mas, infelizmente, a privação da liberdade na Brasil nunca serviu para ressocializar ninguém, é mais utopia de ressocialização que está comprovadamente  falida .

Como se processam as emoções e os sentimentos no cérebro de um preso. Até mesmo, por estranho que pareça, se existir num claustro desumano, algum nível de felicidade e alegria. Ou outras motivações dos seus interesses que possa despertar prazer. Como se configura a mente humana no mais absurdo mundo do desconforto? Ou se lhes despertam conexões motivadoras para resistir o tempo, novos circuitos cerebrais  adaptativos e a indiferença com o tempo,  completamente outro,  daquele que medimos aqui fora.

E agora, como governador de Estado me deparo com este mundo que me é tão estranho, e sobre a mim a guarda de tantos e o pior viajando no tempo histórico da Idade Média, como se lá estivesse ou mais modernamente, o carrasco nazista a executar homens condenados impiedosamente, sem o direito de lhes oferecer pelo menos o espaço na cela, curto e estreito, mas, que seria suficiente para alguns passos e alongamento dos braços para cima. Pratico a banalidade do mal. As idéias são muitas. As vontade também são muitas de equalizar tudo isto.

Mas, o tempo passa e paira sobre o Brasil a torpeza do escravismo que resiste,  teima inconsciente a resistir pelas mudanças necessárias e obvias. O sistema tem uma casca dura de uma resistência conspiratória para que tudo reine no campo do abominável . Ergo meus braços impotentes aos seus, aos muitos e milhares para que se juntem todas as forças de mando e lei, para que o  modelo do razoável migre para a nova fase  de saber  punir. Punir e trabalhar, profissionalizar e retornar um novo homem para a sociedade. E que nos seus cérebros não guardem sinapses e estranhas e endorfinas viciantes que lhes façam delinquir prazerosamente para retornar. No mais injustificado ciclo vicioso, da marcha e da contramarcha. 

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