Neste 13 de maio, quarta-feira, dia em que é celebrada a abolição da escravatura no Brasil, o senador Confúcio Moura (MDB-RO), por meio de videoconferência, utilizou o plenário para lamentar a triste condição da maioria da população negra brasileira, que vive em situação de extrema pobreza e vulnerabilidade social.
O parlamentar afirmou que o país está completando 132 anos da abolição da escravidão; no entanto, ainda não fomos capazes de completar a tarefa de emancipar parcela significativa de nossos cidadãos. “De fato, a escravidão é um fardo insuportavelmente pesado, que legou marcas e cicatrizes terríveis presentes no tecido social brasileiro ainda hoje, passados mais de 100 anos da libertação dos escravos”, enfatizou.
A escravidão, de acordo com o parlamentar, remonta às próprias origens da colônia, primeiro com os índios e depois com os africanos. “É uma marca permanente, que não se apaga da alma nacional. Digo índios porque eles foram os primeiros a sofrer sob o jugo dos colonizadores”, ressaltou.
O senador lembrou o tráfico transoceânico de escravos africanos, que teve início em 1535, mas foi encerrado somente mais de 300 anos depois e questionou: “O que foi feito para redimir esses milhões de homens e mulheres? Pouco, vergonhosamente pouco. Fomos o principal destino do comércio de escravos africanos – mais de 40% vieram para o Brasil – e o último país do hemisfério ocidental a acabar com a escravidão. O fardo da instituição é uma enorme e aberta cicatriz em nossa sociedade”, afirma.
Confúcio Moura lamentou que a grande obra da abolição continua inacabada. Para ele, libertar milhões de brasileiros dos grilhões da miséria, da ignorância e do analfabetismo é a tarefa mais importante que cabe a qualquer governo brasileiro. “Só quando rompermos as correntes que prendem este povo é que seremos verdadeiramente uma nação”, concluiu.
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