As secas mais longas, severas e as enchentes cada vez mais frequentes na Amazônia foram temas centrais da palestra de Caê Moura, gerente regional do Censipam (ligado ao Ministério da Defesa), durante a 11ª edição do “Brasil Precisa Pensar o Brasil”, promovido pela Fundação Ulysses Guimarães em Porto Velho.
Com foco na crise hídrica que atingiu níveis alarmantes em 2023 e 2024, Caê explicou que os impactos das mudanças climáticas já são sentidos diretamente pela população rondoniense, com mais queimadas, calor extremo, piora na qualidade do ar e ameaças à saúde. “A chuva é um insumo que não está à venda”, destacou, lembrando que a mudança no clima já transformou o dia a dia da região.

Amparado em dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), Caê apresentou tendências e cenários preocupantes para as próximas décadas, frisando a necessidade de agir agora. “Os efeitos das mudanças climáticas já não são hipótese: são realidade”, alertou.
Estratégias para reagir
Na palestra, Caê defendeu um plano de ação baseado em mitigação e adaptação, sugerindo caminhos para Rondônia assumir papel de liderança regional no enfrentamento à crise. Entre as propostas, citou:
- Agricultura climaticamente inteligente
- Sistemas agroflorestais
- Infraestrutura resiliente
- Proteção de nascentes e rios
- Monitoramento comunitário e alertas de cheia e seca
- Energia limpa descentralizada
- Educação climática local
- Seguro rural climático
- Fortalecimento da defesa civil municipal
Para Caê, é essencial envolver as comunidades amazônicas e garantir a participação social na gestão ambiental, além de preparar o estado para eventos extremos. “Proteger a Amazônia é proteger quem somos e garantir quem seremos”, concluiu.
A palestra despertou interesse do público e abriu espaço para encaminhamentos como a divulgação de dados mais detalhados do IPCC, novas reuniões de articulação e a discussão de projetos práticos de mitigação no estado.
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