A 11ª edição do “O Brasil Precisa Pensar o Brasil”, realizada pela Fundação Ulysses Guimarães em Porto Velho, reuniu lideranças políticas e especialistas para discutir caminhos para o desenvolvimento sustentável e inclusivo do país, com destaque para temas essenciais e contemporâneos como educação, mudanças climáticas, infraestrutura logística e a retomada do crescimento econômico.
Em mensagem aos participantes, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) destacou que o MDB de Rondônia tem se pautado por “política com P maiúsculo”, priorizando diálogo, seriedade e construção coletiva. Ele reforçou que a legenda está preparada para liderar as transformações que o Brasil precisa, mesmo em um cenário de crise fiscal que exige decisões corajosas e responsáveis.
No campo da educação, o ex-deputado federal e ex-secretário Raul Henry reacendeu o debate sobre a alfabetização na idade certa e defendeu o ensino integral, apontando que 40% das crianças ainda permanecem analfabetas em termos legais, e apenas 10% conseguem interpretar textos adequadamente. Para ele, investir na formação de professores, valorizar a carreira docente e integrar ciência e tecnologia são medidas urgentes para combater a evasão escolar e a cooptação de jovens pelo crime organizado.
Miguel de Souza, assessor técnico de Confúcio Moura, ressaltou a importância de modernizar a BR-364, investir em armazenagem e avançar na integração logística para garantir o escoamento da produção agrícola. Apontou que Rondônia poderá movimentar até 16 milhões de toneladas no Arco Norte e defendeu concessões como saída para a limitação de recursos públicos. Souza também defendeu a diversificação industrial, como exemplo da usina de etanol de Cabixi, e alertou para o gargalo no armazenamento portuário, que provoca filas e perdas de safra.
A pauta ambiental também ganhou destaque com a palestra de Caê Moura, gerente regional do Censipam, que abordou os impactos já sentidos da crise climática na Amazônia, como secas extremas, enchentes mais frequentes e prejuízos à saúde pública. Ele defendeu ações de mitigação e adaptação, como agricultura inteligente, sistemas agroflorestais, energia limpa descentralizada e fortalecimento da defesa civil, além de maior participação social no monitoramento climático.
Já o ex-ministro Aldo Rebelo criticou normas que, segundo ele, travam o desenvolvimento da mineração em Rondônia, defendendo maior liberdade para indígenas explorarem recursos em suas terras e condenando a criminalização de migrantes que vêm ao estado para trabalhar. Rebelo reforçou a necessidade de equilíbrio entre preservação e aproveitamento econômico, citando a reserva Roosevelt e a história dos “soldados da borracha” como símbolos de resistência e sacrifício da Amazônia.
Ao final do encontro, dirigentes da Fundação Ulysses Guimarães anunciaram que o próximo tema do Pensar Brasil deve ampliar a agenda social do debate político rumo às eleições de 2026.
Participaram do evento lideranças emedebistas de todo o Estado, além de simpatizantes e líderes de outras siglas partidárias.
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