Para o parlamentar, voltamos ao tempo em que alguns poucos privilegiados conseguiam arcar com os custos das passagens e o meio de transporte era “coisa de rico”
Ao utilizar a Tribuna do Senado Federal nesta segunda-feira (6), o senador Confúcio Moura (MDB-RO) criticou os preços das passagens praticadas pelas companhias aéreas no Brasil, principalmente para a região Norte. O Parlamentar lamentou que hoje em dia tem sido penoso viajar de avião. Segundo ele, os preços estão fora da realidade e, com isso, estão concentrando na classe média-alta e nos ricos.
O parlamentar observou que uma passagem para a Argentina, Miami ou outros lugares para fora do Brasil, fica mais barata do que para Boa Vista, capital de Roraima, ou para Porto Velho. “Eu fiz um levantamento ontem: seis mil e poucos reais para ir a Rondônia e voltar. Quer dizer, é preço que dá para você fazer um passeio em qualquer país no exterior. E eu estou falando a partir de Brasília”, criticou.
O senador disse entender, logicamente, que a iniciativa privada tem seus custos, mas questionou os preços elevados. “Esses mesmos custos não estão incutidos nas viagens internacionais, que são mais baratas do que as viagens aqui dentro do próprio país? Então, alguma coisa está mal explicada. As pessoas que estavam acostumadas – e ainda estão – a encherem os aviões estão sacrificando muito as suas economias para fazer um deslocamento no pais. Está muito difícil”, disse.
Para Confúcio Moura, o segmento que estava anteriormente viajando de avião (as pessoas de menor renda) não está mais. “Esta classe, hoje, está entrando no ônibus ou fazendo vaquinha para fazer as viagens de carro: três, quatro ou cinco dividem a despesa do combustível e fazem as viagens”, pontuou.
Para o senador, em um país do tamanho do Brasil, viajar de avião não deve ser privilégio. ”É uma necessidade e deve haver um esforço de todos os envolvidos para que o maior número de pessoas possam fazer uso desse transporte. Sei de casos que pessoas perdem parentes e amigos em outros estados e não conseguem chegar, pela distância ou pela falta de dinheiro para pagar uma passagem de avião”, lamentou o senador.
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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