A ponte e o cacau nos ensinando: uma coisa de cada vez, outras, todas juntas

A ponte e o cacau nos ensinando: uma coisa de cada vez, outras, todas juntas

Algumas vezes em meu mandato recebo muitos visitantes em apenas uma semana, e foi assim no primeiro semestre deste ano. No segundo, alguns dos que vieram pela primeira vez estão de volta. Me trazem reivindicações, cobram resultados. A semana passada emendou com a atual numa simbiose de fatos agradáveis.

Passada a fase de contestação pelos irmãos bolivianos, e em seguida a aceitação do projeto para a construção da ponte internacional pelo Departamento de Infraestrutura de Transportes (DNIT), comemoramos mais esse avanço.

A melhoria nas relações sul-americanas e com a maior parte dos países do mundo – pequenos ou grandes – é um dos grandes objetivos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde a sua primeira viagem à China, da qual tive a honra de participar.

No que diz respeito a Rondônia, a ponte pareceu inicialmente um nó górdio, porém, não amargaríamos grandes dissabores. Tudo caminhou bem do outro lado do Rio Mamoré, e o que vier de bom para nós e para a região do Beni, apenas consolida as boas relações bilaterais com a Bolívia, e elas existem há longo tempo.

Para quem não sabe, Guajará-Mirim é a única cidade de Rondônia com um feriado municipal único. A cada 6 de agosto, quando se comemora a Independência Boliviana, cujas terras, em 1825, pertenciam à Espanha, há festa também no “lado de cá.”

Famílias conhecidas se visitam efusivamente. Isso se chama respeito, fraternidade, reconhecimento. Me parece uma situação única na Amazônia e no País.

Foi também no primeiro semestre deste movimentadíssimo 2023, período em que assumi a Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal, que visitei a Escola do Chocolate em Jaru, cujo futuro, anotem, será um dos mais promissores para a socioeconomia regional.

Lá estive para conhecer e para aprender, em julho deste ano. Ela funciona nas dependências do Instituto Federal de Rondônia, com amplas possibilidades de se constituir o projeto da América Latina nessa área.

Mudas de cacau

O IFRO ajudará os produtores de Jaru e de outros municípios rondonienses a fomentar a cadeia produtiva do cacau, desde o plantio, colheita, pós-colheita, processamento de amêndoas e subprodutos.

No ano passado, as indústrias nacionais receberam 205,7 mil toneladas de amêndoas, um aumento de 4,1% em comparação com as 197,6 mil toneladas do ano anterior, informa a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau.

Reunião com a direção da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac)

Na segunda-feira, dia 9, recebi no gabinete a diretora da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Lucimara Chiari; o coordenador regional de Pesquisa e Inovação em Rondônia, Paulo Guilherme; e o coordenador-geral, Luís Ricardo Bruggemann.

A Ceplac tem um trabalho moderno de banco de germoplasma para produção de mudas e sementes de alta qualidade. Eles vieram solicitar recursos para esse projeto audacioso e revolucionário na produção.

Já havia me comprometido a apoiar nossos agricultores, quando visitei a Escola do Chocolate. Agora, me comprometo a apresentar emenda com apoio financeiro e debatê-lo na Comissão do Meio Ambiente. Inicialmente, eu havia previsto a aquisição de 3 milhões de mudas de cacau clonal.

No atual histórico do resgate da lavoura cacaueira em tradicionais municípios produtores em Rondônia, vejo que não faltam boas iniciativas e por elas alcançaremos êxito no País e no Mundo. Em 2015, o Centro de Estudos Rioterra havia garantido mais de meio milhão de mudas de doadas a pequenos produtores rurais.A Escola do Cacau, torno a dizer, tem tudo para revolucionar o setor, esp

ecialmente recursos humanos e, brevemente, financeiros. O próprio Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social apoia o setor, através do Projeto Plantar.

Quero enaltecer o BNDES, o IFRO-RO e o Sebrae por essa guinada de 360 graus nas perspectivas alvissareiras da economia de Jaru e de todos mais que se beneficiarem da Escola do Chocolate. É para lá que será canalizada toda a produção.

Lavoura de cacau

O social, o econômico e o sustentável estão mais uma vez presentes na análise agrícola do estado, e eu me sinto feliz, pois desde os meus dois mandatos de governador tive sonhos, um deles, colaborar para que as atuais iniciativas fossem realidade, e elas vêm sendo.

Aí está o vereador Francisco Hildemburg Costa Bezerra, o Chiquinho da Emater, para me animar ainda mais, quando prevê toda possibilidade de êxito nas vertentes: produtividade, rentabilidade e qualidade de vida do homem do campo.

Bom feriado a todos.

CONFÚCIO MOURA
Senador pelo MDB-RO

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