Na entrevista ao canal 35 de Ariquemes, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) deixa clara a necessidade da pacificação de ânimos como forma de melhorar a cidade e o Estado de Rondônia
Praticamente há três meses sem de pronunciar a respeito de eleições e na sequência, dos atos extremistas cometidos em 8 de janeiro na Capital do País, o senador Confúcio fez um desabafo.
“O que a gente quer agora é uma pacificação do Estado”, apelou o senador em entrevista ao jornalista Ricardo Schwantes, do canal 35 de Ariquemes.
“Minha vida em Ariquemes sempre foi aberta, de fazer caminhada de madrugada, de muita confiança; nunca me viram brigar com ninguém, sempre respeitei e fui respeitado desde os tempos de médico pioneiro, e só tive segurança quando fui governador”, lembrou o senador.
“Não quero perder nenhum amigo que tenho em Ariquemes. Eu estou aqui, tenho mais quatro anos pela frente, espero contribuir muito com as prefeituras, e agora mesmo em meu gabinete eu tenho gente de Alto Alegre dos Parecis, Mirante da Serra, Parecis, todos esperando atendimento”, relatou no momento em que falava com o jornalista.
Segundo o senador, seu gabinete continua aberto. Emendou: “Há pouco estive com o ministro Carlos Lupi (Previdência Social) levando autoridades de Vilhena para reclamar da nomeação de médicos peritos que estão em falta por lá.”
“Daqui a pouco vocês me perguntarão: o que temos de imediato para Ariquemes e região?” – instigou ao canal 35. “O trecho rodoviário de Itapuã do Oeste [a 112 quilômetros de Porto Velho] interessa ao estado e ao Brasil inteiro e por ali transitam caminhões de soja vindos de Mato Grosso e do nosso estado; cargas de São Paulo e do Paraná e quando passa por ali xinga todo mundo”, comentou o senador.
Segundo Confúcio, para essa parte da BR-364, no ano passado já havia licitação. “Uma empresa ganhou, mas não pôde trabalhar porque não havia dinheiro nenhum. O prefeito Moisés Cavalheiro não viu nenhum milagre, mas agora, com o Orçamento da União já temos R$ 400 milhões em caixa para a execução de obras, existem ordens de serviço.”
Reconheceu que o período chuvoso atrasa serviços grandes, mas opinou que é possível “provisoriamente limpar e melhorar um pouco o tráfego.” “Este é o ano de se solucionar o problema definitivamente: o serviço pesado virá corrigir situação daquele trecho totalmente esburacado, difícil e horroroso, porque a toda cada hora têm pneus cortados.”
O senador disse que a bancada de Rondônia também contribuiu e assim foi possível a liberação de mais de R$ 40 milhões para o DNIT executar o que deve ser feito.
UM SISTEMA VIÁRIO PARA ARIQUEMES
O trecho de Ariquemes deverá ter investimentos entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões, anunciou o senador. A péssima impressão de não se ver a cidade ficará para trás.
“Há pouco mais de um ano conversei com a prefeita Carla Redano (Ariquemes) e com o vereador Chico Pinheiro, antevendo a melhoria da ‘cara do comércio’ na beira da estrada – oficinas e lojas de máquinas pesadas – que terão melhor visibilidade a exemplo de Ji-Paraná, que foi apoiada nesse sentido pelo senador Acyr Gurgacz.”
COMÉRCIO E POLO INDUSTRIAL
Estima-se que a valorização dos terrenos à beira da rodovia acontecerá brevemente, sugeriu o jornalista Schwantes. Ele acredita que terrenos que valem R$ 2 milhões serão comercializados pelo dobro do preço. Confúcio concordou:
“Comerciantes investirão ainda mais, construirão lojas ali mesmo; empresas grandes apoiadas pelo Banco da Amazônia S/A (Basa) já poderão estudar financiamentos e escolher suas novas áreas, podendo utilizar também o dinheiro próprio disponível; acredito que surgirá até um polo industrial às margens da BR”
Segundo Confúcio, entre agosto e 31 de dezembro de 2022, se buscava recuperar o cofre do DNIT. “E foi então que obtivemos recursos adicionais importantes à melhoria da BR-364 de ponta a ponta, e isso irá contemplar várias frentes de obras.”
“Dinheiro que já está disponibilizado, e como não tem projeto de engenharia para se construir um viaduto igual ao de Ji-Paraná, o DNIT utilizará pelo menos R$ 6 milhões no projeto de engenharia e de iluminação completos; já existe projeto de iluminação de um quilômetro do trevo à entrada da Hugo Frey, mas o quer resolve é um projeto total contemplando quem transita rumo a Buritis, Campo Novo, Monte Negro e fazendas da região; todos passarão por cima da BR, enquanto as carretas rumo a Jaru e rumo a Porto Velho passarão por baixo.”
Confúcio prevê um anel rodoviário “bonito e muito bem feito”, porém, o projeto só deverá ser concluído em outubro e na sequência a licitação deve ser feita para que a obra seja construída em 2024. “Demora sim, mas se não tivesse o projeto, nem o dinheiro, não sairia nunca.”
Inicialmente, a bancada firmou compromisso via “emenda autorizativa” estimada em R$ 150 milhões, dinheiro que poderia ser autorizado ou rejeitado. No entanto, o relator-geral do Orçamento Marcelo Castro apoiou-a, porém, baixou o valor para R$ 78,4 milhões – “dinheiro marcado para ser consumido este ano.”
Sobrarão recursos da emenda, alertou o senador. “Vamos colocar R$ 8 milhões para fazer um serviço de drenagem da BR-429 em São Miguel do Guaporé, já que as águas inundam a cidade, impedindo o trânsito e as pessoas de circularem normalmente”.
RADICALISMO PARA QUÊ?
O senador tocou no tema delicado que lhe vem lhe resultando declarações e frases de indignações em redes sociais, mas insistiu na pacificação: “Existem os que mantêm posições mais radicais, porém, neste momento as pessoas que foram simpáticas ao governo anterior devem assim continuar; o que não podemos é ser extremistas a ponto de prejudicar o Estado”, analisou.
Confúcio governou Rondônia durante parte das presidências de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. “Com os pecados que possa ter cometido, a presidente Dilma muito me ajudou com um trabalho grandioso, aqui investindo R$ 32 bilhões nas usinas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, e que empregaram milhares de pessoas vindas de estados do nordeste brasileiro”, disse.
“No setor de habitação, o governo dela nos deu 25 mil moradias, algo nunca visto até então: atendemos uma parte de Ariquemes, Cacoal, Ji-Paraná, Porto Velho, Rolim de Moura, e Vilhena”, lembrou.
Benê Barbosa – Da redação
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