Há várias maneiras de escravizar pessoas. Uma delas é a de assistir séries na TV. Cada vez mais interessantes e aprisionantes. Quando se cai na besteira de ver o primeiro capítulo, fica amarrado ao seguinte, e mais outro.
Ninguém pode criticar que sejam ruins. De jeito nenhum. Arte pura. Um planejamento maravilhoso. A plataforma capta o seu nome, seu CPF, endereço, seu gosto e preferência e vai se ligando a outras pessoas que têm os mesmos gostos. Sem perceber você já não tem mais privacidade. Entra no admirável mundo dos robôs. Que têm extraordinária competência.
E o tempo vai seguindo. Tudo bem sutilmente, passo a passo. Se não perceber a tempo, o vício se instala, e a sua linguagem se iguala a de todos que estão no seu barco. Há multidões, como você, que também estão na mesma embarcação. E ficamos todos tangidos, como boiadas – o berrante à frente. Você vai seguindo o som do berrante. Vai seguindo a série. Que nunca termina. Como uma longa e interminável estrada.
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