Há pouco menos de um mês após a posse, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, compareceu à audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal para apresentar as propostas do governo em relação a educação no Brasil.
Questionado pelo senador Confúcio Moura (MDB-RO), se ele estava preparado para fazer a virada da qualidade da educação no país, o ministro disse que é um homem de metas e traz na bagagem a capacidade para fazer mudanças. Falou que possui qualificação robusta e a sua experiência de mais de 20 anos como gestor da iniciativa privada o qualifica para o cargo.
Confúcio enfatizou que o Brasil gasta 7% do Produto Interno Bruto (PIB) com a educação, e indagou o ministro quanto a competência de apresentar de forma concreta as metas para os próximos quatro anos. Questionou também se tem condição de liderar o movimento pela educação brasileira para chegar num mesmo patamar da Coréia do Sul, que gasta em média 6,3% do PIB na educação e é referência mundial. Weintraub ressaltou que a meta do governo é chegar ao nível chileno, e não aceita ficar abaixo. A educação chilena tem os melhores índices educacionais da América Latina.
Sobre a escola sem partido, um assunto polêmico que ganhou destaque nos noticiários, o senador Confúcio abordou o ministro. “Se uma escola tem um bom diretor e bons professores, o aluno aprende. Eu pergunto. A educação tem ideologia? A educação é de esquerda, é de direita? De que lado é a educação? A educação não é ensinar o menino a ler, escrever e entender? Não é esse o objetivo? Eu pergunto, como o senhor vai preparar os professores e diretores do Brasil. Que tempo, que prazo”? O ministro afirmou que a ciência não pode ter dogmas, não pode ter ideologia. Apenas ensinar, respondeu. Sobre o foco nos professores, Weintraub não deu prazos, e nem se manifestou.
Outro assunto que também não foi respondido pelo ministro foi sobre a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que inicia no próximo ano. Confúcio Moura indagou o que ele pretende fazer em 2020, para que as escolas brasileiras instrumentalizem para ministrar as três disciplinas básicas e essenciais e as oito disciplinas optativas.
Em tempo
O senador foi autor de um dos requerimentos para ouvir o ministro. O documento foi encaminhado no dia 9 de abril ao presidente da Comissão de Educação, senador Dário Berger (MDB-SC), um dia após a posse de Abraham Weintraub.
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