autor: Arhtur Moura Campos
(este poema mexe comigo. ele fala do rio meia ponte. corta goiânia ao meio. Mais que o meio. transversa. morei perto dele quando casei, bairro feliz, brejo ao fundo, saparia, do outro lado o bairro jaó. era ainda um rio bonito, limpo, pescaria. hoje, praticamente, morto. parabéns ao arthur por este poema tão lindo sobre o rio meia ponte. Confúcio)
nos fundos
embaixo
pelo meio
esquecido
Contínuo
morto
vivo
quebrado
Quem sente seu cheiro
ao cruzar o outro lado?
É úmido
moído
pedras-plástico
Embrulhado
no concreto
asfalto
Escorregento
enlameado
É preciso olhar o tempo
para redesenhar seu nome
Ouvir
sapo velho
insone
Entre dois
canos
amassado
Pescar
latinha
de skol
Pra ver
se nasce
dourado
Descorregar a
descarga o
descaso
Sua voz tá miúda
seu chuá
um chiado
Corre
go
lento
Corre
amar
rado
Onde
onde
onde
…nossas retas efêmeras,
seus meandros sagrados.