Bernardo revoltou-se contra sua condição de homem comum. Renega-se a esta condição. Fez voto de ser bicho e viver no mato sobrevivendo de flores e gafanhotos.
O seu compromisso é só um – recuperar a natureza degradada pelo homem. E isto ele está cumprindo.
Tem dia que é orquídea, noutro se contenta em ser silêncio, noutro se acomoda com o vento, com pingos das chuvas, ser água do igarapé.
Ele sente orgasmo aos toques das folhas e flores
E exalta a grandeza do tracajá e de todos os quelônios
E que a vida plena está no acordo negociado com o ar
A água e o mais ínfimo dos seres
A grandeza está em sentir-se inteiro
Em ser Deus-homem, Deus-pedra e
Deus-natureza
Obs.: Bernardo vive em Costa Marques, numa chácara e trabalha voluntariamente como protetor da natureza do Vale do Guaporé. É um grande homem. Anômimo, sem ligação com o Estado. Um ambientalista de foro íntimo. Dediquei esta poesia a ele.
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