O senador Confúcio Moura (MDB-RO) fez nesta quinta-feira (23), em Plenário, o primeiro de uma série de discursos com o propósito de definir as fases e os marcos da história da educação brasileira. A pesquisa e reflexão sobre o tema, segundo o parlamentar, é compreender as raízes da desconsideração com a educação no país desde o seu descobrimento.
Com registros resgatados com auxílio de assessoria técnica do Senado, Confúcio Moura constatou que no Brasil Colônia o sistema era exclusivista e não visava sequer, educar os escravos para sua catequese. Ele afirmou que a metrópole não manifestava o menor interesse em incentivar o desenvolvimento educacional de suas colônias em razão da ameaça à preservação dos vínculos de dependência.
A escravidão, como destacou o senador, permaneceu como base econômica da sociedade imperial, de forma que, também no século XIX, parcelas ínfimas da população tinham acesso à educação. A ação da coroa portuguesa, como acrescentou Confúcio Moura, limitou-se a pagar alguns mestres para ministrar aulas régias, sustentadas com subsídio literário, e a tolerar a presença de algumas instituições com foco na atuação educacional, a exemplo dos jesuítas. A Igreja também mantinha seminários, com o objetivo de formar um clero local.
De acordo com o senador, o tema da educação sequer foi tocado nas falas do trono, o que na sua avaliação, já se pode emitir uma conclusão provisória.
— O que está faltando mesmo é vergonha na cara, para a gente tocar a educação brasileira e corrigir as distorções e o prejuízo incalculável que todos os governos do Brasil colonial, do Brasil Império, do Brasil República Velha, do Brasil República Moderna e Contemporâneo ainda teimam em continuar, nessa omissão histórica, inaceitável, do tratamento do povo brasileiro com uma educação de qualidade — disse.
Fonte: Agencia Senado Foto: Roque de Sá
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