O salto no escuro (uma história da pandemia COVID-19) Capítulo 15

O salto no escuro (uma história da pandemia COVID-19) Capítulo 15

Agora, o bicho tá pegando. Está vindo soltando labaredas pelas narinas. O coronavírus é um monstrinho redondo, apiculado e aparece colorido. Parece que o vírus tem a cara de uma onça pintada. Ou de um leão faminto.

Ele está rondando por aqui. Tem gente que convive conosco e está doente. Outro exame positivo e não sente nada. Francamente, pelo que vejo, esse “capeta” vai apertando a ronda e, só falta mesmo, a gente fazer um túnel ou morar sozinho no fundo de uma caverna.

O mapa do Brasil tem cores. Todo dia o noticiário mostra o jogo das cores: azul, amarelo, vermelho. Manaus tem ficado no azul. Aí mora um segredo. Por que Manaus está bem controlada, nem só ela, como também o Estado do Amazonas? O Brasil viu Manaus no maior sufoco. Colapso de vagas nos hospitais. Congestionamento de enterros. A criação das valas comuns abertas com escavadeiras. E o povo circulando nos mercados, nas ruas, desafiando ordens sanitárias. E como se controlou tanto, para permanecer diariamente no azul?

Há quem diga que percentual bem elevado da população se infectou. E estabeleceu um muro contra o coronavírus. Não sei explicar esse efeito. Creio que deva ter acontecido alguma coisa fora do isolamento social ou do uso de máscaras,

Há um esforço dos prefeitos e governadores. Ainda bem que esses, em maioria, comungam com protocolos e acreditam na ciência, na estatística e nas funções matemáticas da propagação da COVID-19. Há um molejo econômico, do fundo do poço, como se fosse um efeito sifão. Bares, restaurantes, lanchonetes, hotéis, agências de turismo, aviação, salões de beleza, academias e mais e mais – estão pelejando numa crise satânica. Arrochados.

Chegou a hora da reinvenção do crédito para os trabalhadores informais. Para os microempreendedores, para os pequenos. É uma massa criativa fantástica, que apoiados poderão, por si mesmos, irem arrumando novas prateleiras e pendurando soluções para as novas formas de trabalho e geração de renda.

Obs – Texto escrito em 31 de julho, nesta data o Amazonas estava na bandeira azul, hoje, 04 de setembro, oscilou para a vermelha.

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